tag:blogger.com,1999:blog-61092014955925613532024-03-06T00:34:00.005-03:00A Nau dos InsensatosEspaço para reflexão sobre os temas socias e políticos que ferem nosso senso de justiça.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-9140885496523384392011-12-17T14:36:00.001-02:002011-12-17T14:36:33.198-02:00Conselho Superior do MP decide: Manicômios da região de Sorocaba vão ser investigados, mesmo<br /><br />por Conceição Lemes<br /><br />A região de Sorocaba, interior paulista, tem a maior concentração de leitos psiquiátricos SUS do Brasil. Somam 2.792, distribuídos em sete manicômios de grande porte.<br /><br />Quatro situam-se no próprio município de Sorocaba: Vera Cruz, 512 leitos; Mental, 363; Teixeira Lima, 254; e Jardim das Acácias, 240.<br /><br />Na estrada que liga Sorocaba a Salto de Pirapora (cidade a 15 quilômetros), estão dois: Santa Cruz, 503 leitos, e Clínica Salto, 455.<br /><br />Há ainda o Vale das Hortências (465 leitos), em Piedade, município a 30 quilômetros de Sorocaba. Com exceção do Jardim das Acácias, gerenciado por entidade beneficente sem fins lucrativos, os demais são empresas privadas.<br /><br />Pois pesquisa realizada nesses sete hospitais psiquiátricos por Marcos Roberto Vieira Garcia, doutor em Psicologia Social e professor do campus de Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), abriu uma verdadeira caixa de Pandora, que revelou a precariedade e desumanidade desses serviços:<br /><br />* De janeiro de 2004 a julho de 2011, os sete manicômios tiveram 825 mortes de pacientes SUS. Dá um óbito a cada três dias nos últimos oito anos.<br /><br />* Apresentaram mortalidade 100% a 119% maior do que a registrada em outros 19 manicômios do estado de São Paulo. Dos sete investigados, o Jardim das Acácias foi onde ocorreram menos óbitos; seus índices, porém, são um pouco piores do que a média do estado.<br /><br />* Os pacientes falecidos tinham 53 anos, em média; no restante do estado de São Paulo, 62.<br /><br />* Houve aumento significativo de mortes nos meses frios, fato que não se repetiu nos manicômios do restante do estado.<br /><br />* A concentração de óbitos por doenças infecto-contagiosas (em especial, as respiratórias) e por motivos não esclarecidos é significativamente maior que nos outros grandes manicômios do estado de São Paulo no mesmo período.<br /><br />Tão grave quanto essas descobertas foi a “resposta” dos seis manicômios privados da região de Sorocaba: abertura de processo contra Marcos Garcia e Lúcio Costa. O Jardim das Acácias foi o único dos hospitais denunciados que não abriu processo.<br /><br />O professor Marcos Garcia coordena o grupo de pesquisa “Saúde Mental e Cidadania”, certificado pelo Conselho.<br /><br />Lúcio Costa é psicólogo e integra o Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba. O Flamas, como é conhecido, reúne professores de diferentes universidades e profissionais de diversas especialidades que atuam em serviços de saúde, assistência social e jurídica do município de Sorocaba.<br /><br />Alegações dos hospitais para processá-los: divulgação de “afirmações falsas”, dados “inexatos”, “equivocados”, “trabalho eivado de inconsistências e erros”.<br /><br />“Os hospitais psiquiátricos de Sorocaba (Vera Cruz e Mental, Teixeira Lima) e região (Piedade [Vale das Hortências] e Salto de Pirapora [Clínica Salto de Pirapora e Santa Cruz]) pedem na Justiça indenização por danos patrimoniais e morais em razão dos danos que suportaram decorrentes da atuação do movimento antimanicomial em Sorocaba”, afirma ao Viomundo o advogado Rodrigo Gomes Monteiro. “De forma irresponsável (e mentirosa), passaram a propalar que os hospitais psiquiátricos desrespeitavam os direitos humanos de seus pacientes e neles existia um alto número de mortes.”<br /><br />“Essa ação na Justiça é fora de qualquer propósito, um disparate completo”, rechaça o professor Marcos Garcia. “Todos os dados da pesquisa são do DATASUS, portanto oficiais. Qualquer pessoa que saiba usar o software adequado, pode conferi-los. A reação dos hospitais denunciados abre um precedente perigoso. Afinal, é uma tentativa flagrante de cercear a liberdade de pesquisa no Brasil.”<br /><br />Para se defender e processar Garcia e Costa, os seis manicômios baseiam-se, entre outros documentos, no parecer do promotor público Jorge Alberto de Oliveira Marum, que atua em Sorocaba. Ele determinou o arquivamento do inquérito para investigar as denúncias por considerar que tinham conotações políticas, partidárias e eleitorais:<br /><br />“Os dados estatísticos apresentados no texto elaborado pelo Flamas foram claramente manipulados para impressionar a opinião pública e agentes do poder público contrariamente aos hospitais psiquiátricos”.<br /><br />O Conselho Superior do Ministério Público Estadual de São Paulo, no entanto, discorda. Em reunião realizada no dia 29 de novembro, rejeitou — por unanimidade — o arquivamento, defendido pelo colega Jorge Marum. O conselheiro relator foi o doutor Clilton Guimarães dos Santos. O conselheiro-secretário, doutor Antonio Carlos da Ponte, assina a deliberação.<br /><br />“NUNCA IMAGINEI QUE A SITUAÇÃO FOSSE TÃO RUIM”<br /><br />Atualmente, Sorocaba, que tem população de 593.775 habitantes, é a segunda cidade brasileira em número de leitos psiquiátricos SUS. A vizinha Salto de Pirapora, com 40 mil habitantes, a quinta. Rio de Janeiro, São Paulo e Recife, com populações muito maiores, ocupam, respectivamente, a primeira, a terceira e a quarta posição nesse ranking nacional<br /><br />“Quase todos os manicômios da região de Sorocaba surgiram na época da ditadura militar, quando a política de saúde era expandi-los”, observa Marcos Garcia. “A partir de 2001, com a aprovação da reforma psiquiátrica no Brasil, os hospitais psiquiátricos foram sendo desmontados no país. Na região de Sorocaba, não.”<br /><br />Apesar de esses hospitais não terem levado adiante a reforma psiquiátrica, não se tinha até o estudo de Marcos Garcia uma avaliação da situação desses serviços. Talvez por seus pacientes serem pobres, “invisíveis”, sem voz, frequentemente abandonados por familiares.<br /><br />Foi então que, em meados de 2010, integrantes do Flamas procuraram Marcos para que ele fizesse um levantamento dos indicadores da situação dos hospitais psiquiátricos na região de Sorocaba.<br /><br />“Aceitei pelo fato de a região ter a maior concentração de leitos psiquiátricos do país, o que por si só já justificava a importância do tema”, revela. “Pesquisar, in loco, nos hospitais seria impossível, os proprietários não permitiriam. Daí surgiu a ideia de se analisar os óbitos desses hospitais registrados no DATASUS, para ver se nos davam alguma pista.”<br /><br />A pesquisa, idealizada em meados de 2010, é parte das suas atividades como docente do campus de Sorocaba da UFSCar. Ela seguiu a lógica comum da produção acadêmica regular: pesquisa exploratória, identificação do problema, elaboração do projeto, coleta de dados, apresentação de resultados preliminares em Congressos e similares, finalização da pesquisa, publicação e disseminação dos resultados.<br /><br />“Eu não tinha nenhuma hipótese a priori”, frisa o pesquisador. “Mas à medida que a realidade foi se revelando, foi um susto. Eu nunca imaginei que a situação nos hospitais psiquiátricos da região de Sorocaba fosse tão ruim.”<br /><br />Possíveis causas para essa realidade terrível: baixo número de funcionários (bem inferior ao exigido pela legislação) e demora para encaminhar pacientes com problemas físicos de saúde a um hospital geral, entre outras.<br /><br />AUDITORIAS CONFIRMAM OS RESULTADOS DA PESQUISA<br /><br />Logo após a divulgação dos resultados preliminares do estudo, os donos dos hospitais passaram, é claro, a desqualificá-lo e a atacar o autor.<br /><br />Porém, devido à reconhecida seriedade e competência do pesquisador, o estudo recebeu, de cara, apoio de duas importantes sociedades científicas: Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) e Associação Brasileira de Psicologia Social (Abrapso).<br /><br />Além disso, várias instituições e órgãos independentes fizeram fiscalizações in loco nos hospitais denunciados, confirmando muitos dos problemas levantados por Marcos Garcia. O relatório completo pode ser lido no site http://liberdadedepesquisa.blogspot.com<br /><br />No Hospital Psiquiátrico Vera Cruz, por exemplo, a inspeção foi realizada pelo Grupo Multidisciplinar de Peritos Independentes para a Prevenção da Tortura e Violência Institucional da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, que, entre outras coisas, revela:<br /><br />A causa mortis, na verdade, foi indeterminada em quase metade dos casos. Dentre os casos de óbito não esclarecido, 23,52% das mortes ocorreram em pacientes jovens, com idade inferior a 40 anos.<br /><br />Existe também uma quantidade relativamente elevada de óbitos por “infarto do miocárdio” (18,33 % dos óbitos), sendo que entre os mortos por esta causa 36,33 % correspondem a pacientes jovens, com idade inferior a 40 anos, uma taxa que é considerada elevada para pacientes nesta faixa-etária.<br /><br />Entre as mortes por doenças infecciosas respiratórias, 16 (80% dos casos) ocorreram entre os meses de maio a agosto, os mais frios do ano. A incidência relativamente elevada de óbitos por complicações respiratórias nessa época pode guardar relação com o precário isolamento contra frio, vento e umidade proporcionado pelas janelas quebradas.<br /><br />O Departamento Nacional de Auditoria do SUS também fez auditoria no Vera Cruz e constatou várias estranhezas no registro de óbitos ali ocorridos, entre elas:<br /><br />Os registros anotados no prontuário não permitem, na maioria das vezes, concluir pela causa declarada de morte.<br /><br />As declarações de óbito de pacientes do Hospital Psiquiátrico Vera Cruz têm pouca variação nas causas de óbito.<br /><br />Há uma concentração de óbitos por infecção pulmonar em julho de 2008, quando faleceram 10 pacientes com pneumonia (47,6%) do total de 21 casos identificados entre os anos de 2006 a 2010 no Hospital Psiquiátrico Vera Cruz.<br /><br />A inspeção no Hospital Psiquiátrico Mental foi feita por representantes de vários órgãos e entidades, entre os quais a própria Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP) e do Conselho Regional de Psicologia de 6ª Região (CRP-SP). Ela recomenda o fechamento desse manicômio devido à constatação de várias situações de violação de direitos humanos.<br /><br />Já a inspeção realizada pela Unidade de Auditoria e Controle da Secretaria de Saúde de Sorocaba nos sete hospitais psiquiátricos da região concluiu para todos que houve:<br /><br />… demora no encaminhamento ou retorno ao hospital geral de referência e falta de acolhimento para internação em hospital geral [ para os pacientes com problemas físicos de saúde].<br /><br />PROMOTOR DE SOROCABA SE ESCUDA EM FERREIRA GULLAR E REINALDO AZEVEDO<br /><br />Não à toa o Conselho Superior do Ministério Público Estadual de São Paulo (MP-SP) rejeitou o arquivamento do inquérito, decidido pelo promotor público de Sorocaba.<br /><br />No relatório (veja o trecho abaixo), o doutor Clilton Guimarães dos Santos observa que para o colega Marum:<br /><br />1) não há nada errado com esses hospitais;<br /><br />2) não se pode atribuir as mortes e outras ocorrências neles à gestão dos manicônios;<br /><br />3) não é problemático o fato de os seus gestores serem muitas vezes curadores de pessoas custodiadas para tratamento.<br /><br />Atenta ainda para o fato de o promotor Marum se escudar em textos de dois não especialistas na matéria: o poeta Ferreira Gullar e o jornalista Reinaldo Azevedo, da revista Veja.<br /><br />O conselheiro Clilton Santis salienta também a falta de isenção do colega para analisar uma questão técnica, julgando-a segundo sua visão pessoal:<br /><br />Daí a conclusão do conselheiro-relator, que foi aprovada por unanimidade pela plenária do Conselho Superior do Ministério Público Estadual de São Paulo:<br /><br />PESQUISADORES E ENTIDADES DE SAÚDE REAGEM<br /><br />O professor Marcos Garcia e o psicólogo Lúcio Costa ainda não foram notificados oficialmente sobre a abertura do processo. Porém, o Diário Oficial do Estado de São Paulo já publicou a informação.<br /><br />“Esse processo implica conseqüências perigosas para a pesquisa científica, tanto local, quanto nacionalmente”, adverte Marcos Garcia. “A possibilidade de as empresas privadas, como os seis manicômios, moverem ação contra pesquisadores pode impossibilitar qualquer pesquisa cujos resultados contradigam os seus interesses financeiros.”<br /><br />Em resposta a esse cerceamento da liberdade de pesquisa, pesquisadores e entidades lançaram o Manifesto em Defesa da Liberdade de Pesquisa no Brasil:<br /><br />Vimos por meio desta manifestar nossa preocupação em relação ao processo movido pelos hospitais psiquiátricos privados da região de Sorocaba contra o Prof. Dr. Marcos R V Garcia, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pela divulgação de pesquisa que investigou os óbitos ocorridos nestes hospitais.<br /><br />Trata-se de um precedente perigoso de tentativa de cerceamento à liberdade de pesquisa em nosso país, pois pode levar à abertura de processos semelhantes contra pesquisadores cujos resultados de pesquisas contradigam interesses financeiros de empresas.<br /><br />O manifesto pode ser assinado tanto por professores e pesquisadores quanto por cidadãs e cidadãos solidários à causa. Pode ser vista este e-mail: liberdadepesquisa@gmail.com Ou por meio de comentário AQUI.<br /><br />O manifesto já conta mais de 600 apoios, entre associações científicas, grupos de pesquisa,entidades de psicologia (como o Conselho Regional de Psicologia de Sâo Paulo), professores e pesquisadores de 25 estados brasileiros e de outros países, além de personalidades públicas e de pessoas solidárias à causa.<br /><br />O documento, que será encaminhado ao CNPq, já foi entregue à presidenta Dilma Rousseff, durante o prêmio de Direitos Humanos da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência daRepública. O Flamas, de Sorocaba, foi um dos ganhadores de 2011.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-79191917663303867042011-11-29T21:43:00.001-02:002011-11-29T21:43:36.261-02:00Nós da “Frente Estadual Antimanicomial – São Paulo” nos propomos a congregar e acolher os diversos movimentos e entidades do campo da saúde, saúde mental, e outras áreas. Reafirmamos os compromissos e propostas da “Carta de Bauru” (Bauru, 1987), do “Relatório Final da IV Conferência Nacional de Saúde Mental – Intersetorial” (Brasil, 2011), “Carta de Carapicuíba” (Carapicuíba, 2011), “Carta de Santos” (Santos, 2011) e da “Carta de Serra Negra” (Serra Negra, 2011).<br /><br />Propomos avançar na Reforma Sanitária e na Reforma Psiquiátrica Antimanicomial no Estado, defendendo o direito à saúde a partir dos princípios do SUS, discutindo e apresentando proposições e ações frente aos desafios da atualidade.<br /><br />Os movimentos de Reforma Psiquiátrica, Reforma Sanitária e Luta Antimanicomial, como muitos outros Movimentos Sociais, marcaram o século XX e início do XXI com propostas de construção de uma sociedade democrática, com a garantia de direitos sociais e transformação da atenção pública em saúde e saúde mental no Brasil.<br /><br />Atualmente, encontram-se em implementação no território brasileiro redes de serviços substitutivos de atenção em saúde mental e diversas iniciativas intersetoriais nos campos do trabalho e da cultura. E, certamente, uma das principais conquistas da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial tem sido a de afirmar, garantir e restituir os direitos dos usuários, dos familiares e da comunidade, buscando garantir seu protagonismo e a participação popular.<br /><br />O Relatório Final da “IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial”, realizada em julho de 2010, após 359 conferências municipais e 205 regionais, com a participação de cerca de 1200 municípios e aproximadamente 46.000 pessoas, reafirma os princípios e diretrizes da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial. Apresenta um conjunto significativo de propostas para enfrentar os desafios atuais, trazer avanços à Política Nacional de Saúde Mental e às articulações intersetoriais e, do mesmo modo, contribuir para o fortalecimento de políticas sociais, tais como: direitos humanos, assistência social, habitação, educação, cultura, trabalho e economia solidária.<br /><br />O Governo do Estado de São Paulo marcou seu retrocesso ao se recusar a participar da “IV Conferência Nacional de Saúde Mental Intersetorial”. No entanto, movimentos sociais associados ao Conselho Estadual de Saúde fizeram frente a essa omissão autoritária e conseguiram organizar a “Plenária Estadual de Saúde Mental Intersetorial”, realizada em São Bernardo do Campo.<br /><br />Esse posicionamento do Governo do Estado de São Paulo evidencia uma oposição à Reforma Psiquiátrica Antimanicomial e o descaso com princípios do Sistema Único de Saúde, o Controle Social e a participação popular. Isto evidencia o investimento de ações e serviços distantes dos princípios da Reforma Sanitária e Psiquiátrica Antimanicomial: Unidade Experimental de Saúde, Comunidades Terapêuticas, Ambulatórios Médicos de Especialidades – AME Psiquiatria. Destacamos que o governo desse estado vem transferindo sua responsabilidade de gestão e oferta de serviços SUS para terceiros como as Organizações Sociais, colocando interesses privados acima dos públicos.<br /><br />Defendemos a extinção definitiva de toda e qualquer forma de internação de cidadãos com sofrimento psíquico em hospitais psiquiátricos ou em quaisquer outros estabelecimentos de regime fechado, como uma das formas de enfrentar o estigma e a segregação das pessoas em sofrimento psíquico e primar pela garantia dos direitos humanos.<br /><br />Consideramos as seguintes prioridades para o avanço da Reforma Sanitária e da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial:<br /><br /> Que o usuário de serviço de saúde mental não seja reduzido a um diagnóstico, devendo ser considerado como sujeito de direitos;<br /> O reconhecimento do protagonismo de usuários e familiares para a construção de políticas públicas de saúde mental e intersetoriais;<br /> A garantia do direito à saúde por meio de ações intersetoriais que visem à integralidade da atenção, com horizontalidade nas relações profissionais, a partir de equipes e serviços interdisciplinares;<br /> Implementar, ampliar e fortalecer as redes territoriais de atenção à saúde mental com diversos serviços substitutivos, estreitando relações com importantes frentes de luta e cuidado: direitos humanos, assistência social, educação, moradia, trabalho e economia solidária;<br /> Entender e considerar a política de atenção a usuários de álcool e outras drogas como parte integrante das ações em saúde mental devendo respeitar os mesmos princípios da Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, em que a centralidade está na construção de projetos terapêuticos singulares;<br /> Fechamento de todos os leitos de Hospitais Psiquiátricos, destinando seus recursos de acordo com a Portaria 106/2000 e garantindo a criação da rede substitutiva;<br /> Extinção de toda e qualquer forma de internação de cidadãos em sofrimento psíquico em hospitais psiquiátricos, comunidades terapêuticas, manicômios judiciários e em quaisquer outros estabelecimentos de regime fechado;<br /> Criação de leitos em hospitais gerais previstos na Lei 10.216;<br /> O fechamento imediato da Unidade Experimental de Saúde, considerando essa como uma afronta aos Direitos Humanos, à Reforma Sanitária e à Reforma Psiquiátrica Antimanicomial;<br /> Retirar os investimentos públicos de Comunidades Terapêuticas, entendendo que estas se apresentam como equipamentos contrários à Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, representando a volta dos manicômios e da assistência baseada na exclusão social;<br /> Ampliar os investimentos na implementação de redes de atenção comunitária à saúde mental;<br /> Garantir que todos os moradores mapeados pelo “Censo Psicossocial dos Moradores em Hospitais Psiquiátricos do Estado de São Paulo”, sejam desinternados e desinstitucionalizados, e, quando necessário, possam morar em residências terapêuticas;<br /> Implementar Casas de Acolhimento Transitório e moradias solidárias vinculadas às redes de saúde mental, contemplando também a população em situação de rua;<br /> Implementar, ampliar e fortalecer ações intersetoriais para garantir os direitos sociais para a população em situação de rua;<br /> Garantir a efetivação dos consultórios de rua e o fortalecimento das políticas de Redução de Danos;<br /> Garantir a eliminação da dupla porta no SUS;<br /> Revogação a Lei Estadual 1131/2010 que permite ao Estado vender 25% das vagas de serviços SUS para os Planos de Saúde Privados e particulares, cerceando os direitos dos usuários do SUS e atacando diretamente os princípios do SUS;<br /> Respeitar e fortalecer os espaços e instâncias de controle social (Conselhos, Conselhos Gestores, Conferências) como espaços de proposição, fiscalização e acompanhamento das políticas de saúde e de saúde mental em suas áreas de abrangência.<br /><br /> Em defesa do SUS, Por uma Reforma Psiquiátrica Antimanicomial, por uma Sociedade sem Manicômios!Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-45618112319448421452011-01-15T11:40:00.001-02:002011-01-15T11:44:21.330-02:00Mestre Jonas ficou sem teto: a baleia morreu!<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYXaP88LBL9hcjdilLvbkw12GJH71SyeyS2spPoRKpQCBj3pirA3Gj1pTC90jP8FMgW8S4SLO_mNUMNFKj7jHSX-6uGMoYN3owVPHVRtDuJQu9N42FvfAPLRB-bkr2MiR6s2AEM08rNJY/s1600/praia+041.JPG"><img style="float:right; margin:0 0 10px 10px;cursor:pointer; cursor:hand;width: 400px; height: 300px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYXaP88LBL9hcjdilLvbkw12GJH71SyeyS2spPoRKpQCBj3pirA3Gj1pTC90jP8FMgW8S4SLO_mNUMNFKj7jHSX-6uGMoYN3owVPHVRtDuJQu9N42FvfAPLRB-bkr2MiR6s2AEM08rNJY/s400/praia+041.JPG" border="0" alt=""id="BLOGGER_PHOTO_ID_5562407745404809346" /></a>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-79625660571713026232010-11-13T17:29:00.000-02:002010-11-13T17:30:42.525-02:00Conheci a história de Geraldo e André Peixoto há seis anos, durante reportagem de balanço da reforma psiquiátrica. André teve o primeiro surto, sinalizador da esquizofrenia, na passagem para a idade adulta. O pai, Geraldo, horrorizado com os grandes hospitais psiquiátricos por onde André passou, o retirou de lá, mudou a vida, trocou a carreira de executivo pela de professor de natação para ficar ao lado do filho. Nesses anos, tornou-se um militante do direito dos pacientes de não serem trancafiados em hospitais e clínicas, mas acolhidos por serviços ambulatoriais e pela comunidade.<br /><br />Na primeira entrevista, Geraldo me surpreendeu por não esconder as agruras de viver com uma pessoa com uma doença psiquiátrica. Não dourava a pílula. Mas defendia com carinho sua escolha, com espaço para a leveza _como a história de um amigo da família, também portador de esquizofrenia, que insistia ser uma águia. Geraldo o acolhia como um pássaro. Naquela época, André não estava bem, os médicos não acertavam o remédio. Tentamos fazer uma foto de ambos, mas André não quis.<br /><br />Coincidentemente, meses depois, encontrei Geraldo durante uma “blitz” dos conselhos de psicologia e do Ministério Público em grandes unidades psiquiátricas que ainda persistem em diversas partes do País. Em uma das instituições, lá estavam pacientes amarrados, sem roupa. Um deles perguntou a Geraldo se era “papai noel” (por causa da barba branca) e pediu: “alta”!<br /><br />Depois de o poeta Ferreira Gullar chamar a lei da reforma psiquiátrica de “idiota” e de defender a internação dos filhos, quis ouvir novamente a opinião de Geraldo. Seguiam vivendo juntos. Sugeri novamente a foto de ambos. André estava cada vez melhor, disse o professor. Cuidava do pai. Estava cada vez mais companheiro, relatou Geraldo. E a foto deu certo.<br /><br />Há cerca de uma semana, André, que tinha 47 anos, morreu vítima de um infarto do miocárdio fulminante, em casa, ao lado do pai. Compartilho com vocês, com autorização do autor, trechos da carta que Geraldo enviou a centenas de amigos e apoiadores:<br /><br />Há exatamente sete dias, nesta mesma hora, André, meu filho querido, morreu. Tudo começou e terminou comigo. Muitos, sequer o conheciam. Outros, o conheceram, e outros, até o acampanharam e cuidaram dele. Estas pessoas ficaram, indelevelmente, imarcadas em nossa memória.<br /><br />André nasceu duas vezes, uma, de Wilma, sua mãe, e a outra, de mim, quando o assumi, depois de retirá-lo de um hospital psiquiátrico. Portanto, sinto-me fiador de todo esse querer bem, que vocês todos têm demonstrado por ele.<br /><br />Tive um privilégio, uma graça por viver junto dele essa experiência, absolutamente fantástica, nestes vinte e cinco anos, desde o dia em que o retirei de um hospital psiquiátrico, até aquele momento, em que o vi, estendido no sofá da minha sala. Ele foi o meu grande mestre, mostrou-me o caminho, o caminho que ele percorreu e que, apesar da violência das crises e, das crises de violência, foi paradoxalmente, delicado e extraordinário. A experiência foi “humana, demasiadamente humana”. Fui atirado à correnteza da vida e da psicose, deixando-me levar sem resistência, aceitando e usando-a a meu favor, sabendo, como bom nadador, que se não o fizesse, iria , apenas, me exaurir. A correnteza, agora queridos amigos, se diluiu, se desfez, deixando-me nadar livremente. A vida foi maravilhosa comigo, por ter-me permitido esse encontro.<br /><br />Valeu a pena, garoto! Valeu muito a pena!<br /><br />André vive! Ontem, André era o meu objetivo – hoje, deixou de ser, pois eu o carrego comigo…<br /><br />Obrigado, obrigado, obrigado…<br /><br />Geraldo<br /><br />Fabiane Leite é repórter da área de saúde desde 1999, dedicada principalmente à cobertura de temas de interesse da saúde pública e dos planos privados de saúde.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-25765651848310759822010-08-06T12:58:00.001-03:002010-08-06T12:58:55.132-03:00É isso aí, Edinho!!!!!Para doentes e médicos, documento feito por farmácia estadual de Santos gera preconceito e constrangimento<br /><br />Carteirinha foi criada por entidade privada que dirige farmácia; Secretaria de Estado da Saúde pediu mudança <br /><br />RICARDO WESTIN<br />DE SÃO PAULO <br /><br />Desde abril, para pegar seus remédios, pacientes da região de Santos (litoral de SP) estão obrigados a apresentar uma carteirinha que denuncia a doença em letras garrafais: esquizofrenia.<br />O documento de identificação deixou doentes indignados e médicos perplexos.<br />Para eles, a carteirinha constrange por expor a doença, além de estimular o preconceito -a esquizofrenia ainda é associada à loucura.<br />"É como se existisse uma tatuagem com o diagnóstico na minha testa e as pessoas dissessem: "Lá vai o esquizofrênico". É uma carteirinha de louco", diz o escritor Edison de Castro, 48, que descobriu ter a doença há 20 anos.<br />Existem leis nacionais e normas de ética médica que proíbem que os diagnósticos sejam tornados públicos.<br />Nem o farmacêutico precisa saber qual é a doença que está sendo tratada.<br />A esquizofrenia é um transtorno mental que, não tratado, desencadeia delírios, alucinações e agressividade. A maioria dos pacientes, porém, consegue mantê-la sob controle com remédios.<br />Estima-se que, de cada cem pessoas, uma sofra de esquizofrenia -por volta de 1,9 milhão de brasileiros.<br />"Na maior parte dos casos, você não consegue dizer pela aparência se a pessoa é ou não portadora de esquizofrenia", explica o psiquiatra Jaime Hallak, da USP (Universidade de São Paulo) de Ribeirão Preto. "É um erro exigir que ela exponha seu diagnóstico numa carteirinha. É estigmatizante."<br />A farmácia estadual de Santos fornece remédios de alto custo gratuitamente a doentes de nove cidades do litoral paulista.<br />Até abril, bastava ao paciente apresentar o Cartão do SUS para que recebesse seus medicamentos. Naquele mês, a carteirinha foi imposta pela Cruzada Bandeirante São Camilo, a OS (organização social) que administra essa farmácia da Secretaria de Estado da Saúde.<br /><br />SUBSTITUIÇÃO<br />Procurada pela Folha, a Cruzada Bandeirante São Camilo não se manifestou. A Secretaria da Saúde disse que só tomou conhecimento das carteirinhas no mês passado e que discorda dela.<br />De acordo com a secretaria, os documentos serão substituídos por outros sem o nome da doença.<br />O deputado Fausto Figueira (PT), que preside a Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de SP, pediu providências contra a carteirinha ao Ministério Público.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-88059247735874697502010-07-31T17:14:00.001-03:002010-07-31T17:14:50.899-03:00Declaração dos Direitos HumanosA Declaração Universal dos Direitos Humanos é um dos documentos básicos das Nações Unidas e foi assinada em 1948. Nela, são enumerados os direitos que todos os seres humanos possuem.<br />Preâmbulo<br />Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo,<br />Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que os todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,<br />Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e a opressão,<br />Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações,<br />Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla,<br />Considerando que os Estados-Membros se comprometeram a promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades humanas fundamentais e a observância desses direitos e liberdades,<br />Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso,<br />agora portanto,<br />A Assembléia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos Humanos<br />como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.<br />Artigo I.<br />Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.<br />Artigo II.<br />1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.<br />2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. <br />Artigo III.<br />Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.<br />Artigo IV.<br />Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas.<br />Artigo V.<br />Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante.<br />Artigo VI.<br />Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei.<br />Artigo VII.<br />Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação.<br />Artigo VIII.<br />Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei.<br />Artigo IX.<br />Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.<br />Artigo X.<br />Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.<br />Artigo XI.<br />1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.<br />2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. <br />Artigo XII.<br />Ninguém será sujeito à interferência em sua vida privada, em sua família, em seu lar ou em sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à proteção da lei contra tais interferências ou ataques.<br />Artigo XIII.<br />1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das fronteiras de cada Estado.<br />2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio, e a este regressar.<br />Artigo XIV.<br />1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em outros países.<br />2. Este direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.<br />Artigo XV.<br />1. Todo homem tem direito a uma nacionalidade.<br />2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.<br />Artigo XVI.<br />1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.<br />2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes.<br />3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado.<br />Artigo XVII.<br />1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.<br />2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.<br />Artigo XVIII.<br />Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, em público ou em particular.<br />Artigo XIX.<br />Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e idéias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.<br />Artigo XX.<br />1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.<br />2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.<br />Artigo XXI.<br />1. Todo ser humano tem o direito de fazer parte no governo de seu país diretamente ou por intermédio de representantes livremente escolhidos.<br />2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.<br />3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; esta vontade será expressa em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equivalente que assegure a liberdade de voto.<br />Artigo XXII.<br />Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realização pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.<br />Artigo XXIII.<br />1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.<br />2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por igual trabalho.<br />3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória, que lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.<br />4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de seus interesses.<br />Artigo XXIV.<br />Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas.<br />Artigo XXV.<br />1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar-lhe, e a sua família, saúde e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle.<br />2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio gozarão da mesma proteção social.<br />Artigo XXVI.<br />1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técnico-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.<br />2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e grupos raciais ou religiosos, e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol da manutenção da paz.<br />3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada a seus filhos.<br />Artigo XXVII.<br />1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade, de fruir das artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.<br />2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.<br />Artigo XXVIII.<br />Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liberdades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.<br />Artigo XXIX.<br />1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvolvimento de sua personalidade é possível.<br />2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconhecimento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.<br />3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamente aos objetivos e princípios das Nações Unidas.<br />Artigo XXX.<br />Nenhuma disposição da presente Declaração pode ser interpretada como o reconhecimento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-57370581344793342292010-06-20T10:55:00.001-03:002010-06-20T10:55:28.970-03:00VIVA SARAMAGO!<br /><br />SARAMAGO VIVE...<br /><br />Jamais, um minuto de silêncio – para aquele que nunca se calou.<br /><br />Façamos um minuto de BARULHO, isto sim é o que devemos fazer...<br /><br />Foi isto que ele fez em vida - talvez alguns possam tê-lo ouvido...<br /><br />É preciso que ouçamos este ruído, que ouçamos sua voz. Ela jamais será silenciada, nem por um único minuto que seja! Para Saramago, JAMAIS UM MINUTO DE SILÊNCIO!<br /><br />Li pouco Saramago. Preciso ler mais. Acompanhei , isto sim, sua trajetória, seus posicionamentos políticos/filosó ficos/sociais, com os quais me identifico inteiramente, e que, me servem de modelo. Foi um pacifista e, acima de tudo, um humanista e escritor, reformista e crítico de qualquer forma que tolhesse as liberdades. Ateu, absolutamente convicto e consciente, no mais profundo de seu âmago, cético, sem ilusões...<br /><br />Precisamos ler, sempre, mais e mais, Saramago. Saramago incomodou, incomodou demais, como alguns de nossos companheiros incomodaram (saudades de você, Carrano). Denunciou radicalmente, toda a fraude, toda a mentira, toda a mistificação. Não foi parceiro da enganação, nem da alienação, nem do comodismo. Trouxe de volta a humanidade de Cristo, denunciando a apropriação e o dogma da Igreja. Cristo como homem! Cristo, tão próximo e parecido com estes ou aqueles, com os quais convivemos tão intimamente em nossas vidas. Um andante, um andarilho, que nos faz lembrar os tantos andantes e os tantos andarilhos que perambulam, a vagar mundo afora.<br /><br />Tudo é especulável - nada é absolutamente finito.<br /><br />SARAMAGO VIVE!<br />VIVA SARAMAGO!<br />Geraldo e DulceCocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-4150287944725552242010-06-15T22:04:00.000-03:002010-06-15T22:05:29.218-03:00Carta Aberta à População de Cordeirópolis<br /><br />O MSSP – Movimento Social de Segurança Pública de Cordeirópolis vem ocorrendo desde novembro de 2009. No princípio teve como objetivo elencar diretrizes e propostas originárias de todos os bairros do município, a fim de criar um Plano Municipal de Segurança Pública. <br />Participam deste movimento representantes do Jardim Eldorado, Jd. Cordeiro, FEPASA, Comunidade Santa Rita de Cássia, Assentamento XX de Novembro, Jd. Progresso, Centro, Cascalho, Planalto, CADA e OCAS. <br />No dia 19/12 foi realizada a Reunião Geral, originando o documento intitulado Carta de Cordeirópolis*, contendo todas as ações e propostas discutidas no Movimento.<br />O passo seguinte foi entregar o documento completo às autoridades municipais, estaduais e federais. Alguns dias depois, obtivemos respostas de autoridades estaduais e federais. <br />Tendo em vista que a maioria das propostas é de responsabilidade do Município, passamos a cobrar a Prefeitura Municipal semanalmente, por cerca de três meses, mas nenhuma resposta nos foi dada.<br />Em reunião com as lideranças comunitárias, foi decidido realizar no dia 09 de abril a Marcha pela Cidadania, como forma de cobrar do Poder Público Municipal uma posição em relação ao Movimento. Podemos usar como exemplo o caso do pedágio na Limeira-Cordeirópolis, que por falta de resposta do Prefeito de Limeira, as autoridades locais usam vários artifícios à fim de obter uma resposta.<br />A I Marcha pela Cidadania se constituiu de uma passeata com a utilização de carro de som e faixas com dizeres relativos às reivindicações feitas durante o Movimento Social. <br />É importante ressaltar que não existe nenhum interesse pessoal, partidário ou político no Movimento. <br />O que existe é a dificuldade das pessoas entenderem o comprometimento com o ideal da democracia e da participação popular na gestão pública, princípio assegurado pela constituição federal, mas encarado como ato de protesto no município de Cordeirópolis.<br /> Se fortalece a partir desse Movimento toda a comunidade cordeiropolense, em especial todos aqueles que participaram ativamente. Com o Movimento ganha a democracia e se resgata o sentimento de pertencimento de toda a cidade à condição de cidadãos e cidadãs plenos.<br />O Movimento Social de Segurança Pública de Cordeirópolis, no seu momento atual, trabalha pelo fortalecimento das ações comunitárias, dando suporte à criação de Associações de Moradores, orientação sobre direitos e deveres do cidadão, promove ações de conscientização e mantém sua postura apartidária, mesmo que com essa atitude seja necessário criar inimizades e escutar ofensas não pertinentes.<br />Sabemos das dificuldades e barreiras que ultrapassamos e sabemos que muitas ainda estão pela frente, mas somos movidos por ideais de justiça, democracia e liberdade de expressão. Lutamos por um mundo melhor para todos, portanto estamos ativos e continuaremos cobrando, trabalhando e nos colocando à disposição para a garantia dos direitos humanos. <br />Ainda estamos aguardando a resposta do Poder Público Municipal. No dia da Marcha pela Cidadania, fomos recebidos e combinamos com a assessoria jurídica do paço, que receberíamos uma posição em relação às reivindicações em trinta dias, mas como de costume não houve resposta. <br />Por outro lado, pudemos observar várias benfeitorias estruturais solicitadas sendo realizadas, portanto continuamos aguardando.<br />Se você, leitor, acredita que devemos tomar alguma outra atitude em relação ao recebimento, dê uma resposta, mande sua opinião ou responda a enquete abaixo através do e-mail msspcorde@hotmail.com:<br /><br />a) Fazer a II Marcha pela Cidadania;<br />b) Acampar na frente da Prefeitura;<br />c) Desistir e deixar prá lá;<br />d) Chamar o CQC;<br />e) Fazer uma campanha de filiação em massa no partido de oposição;<br />f) Acionar o Ministério Público baseado na lei orgânica municipal;<br />g) Usar uma retro-escavadeira;<br />h) Criar um jornal tendencioso;<br /><br />*vide Google.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-36798265922539508762010-05-28T11:29:00.001-03:002010-05-28T11:29:44.511-03:00O DISCURSO DA LUCIDEZ DE UM LUNÁTICO<br /><br /> <br /><br />Saudações a todos, sem qualquer distinção hierárquica, por uma simples questão de respeito à nossa condição humana, que nos impõe a necessidade de vivermos em sociedade, sujeitos a direitos individuais inalienáveis – direitos que nos permitem ser quem somos.<br /><br />Saudações a esse todo que somos (cada um com suas particularidades) , nessa nossa tribo da “Saúde Mental” – mais um dos segmentos desse “Mundo de Compartimentos” que vivemos.<br /><br />Aqui, venho começar pelo fundamental: - dissecar definições a respeito da LOUCURA, do TRANSTORNO MENTAL ou SOFRIMENTO PSÍQUICO. Busco entender quem é o LOUCO ou quem chamam de PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL, ou ainda quem seja identificado como “SUJEITO PSIQUICAMENTE SOFREDOR”.<br /><br />Porque esse espectro denominado vulgarmente de “loucura” é a perda da razão e também a confusão de sentidos, onde personagens perdem-se nos significados que emprestam a si mesmos; é o que se vê nos olhos que vagueiam a esmo; nas vozes da figuras imaginárias que ditam ordens e sugestionam sonhos; nos atos repetitivos das manias e o foco fixo nas obsessões; é o que se nota no furor das tragadas em bagas catadas no chão; na freqüente falta de coordenação motora ligada ao trauma provocado por determinadas repressões, como também, as convulsões geradas por lesões cerebrais; são as agressões violentas dos alcóolicos e seus “delirium tremens”; a saliva que teima em escorrer pela boca afora, habitual em perversões sexuais; é aquela fala que não diz coisa com coisa; e tanto mais que dói; que fere e maltrata; que incomoda, e até proporciona a delícia de doces delírios; são os melindres de quem foge e se esconde onde pode, muitas vezes, na merda, na miséria. Pois, se bem investigarmos, perceberemos quem carrega esse estigma de “louco”: - é o pobre – aquele que nada possui – o excluído do mercado de “produção&consumo” – quem está “atolado na merda”. O rico, quando é tocado pelo transtorno mental, submete-se aos cuidados particulares ou recorre ao self service farmacêutico das drogas legalizadas, munido de receita ou não, como ainda pode refugiar-se no submundo dos narcóticos.<br /><br />Aquele que enlouquece, seja quem for, é alguém que merece ser cuidado. Todos nós, se não nos cuidarmos, poderemos passar por tais situações, mencionadas acima. São esses, alguns dos sintomas que definem o SOFRIMENTO MENTAL ?<br /><br />Então, a idéia clara na propagada “Reforma Psiquiátrica” é a “Prática do Cuidado”.<br /><br />Cuidar de quem ainda não pode cuidar-se, ensinando-o a manter o autocuidado.<br /><br />Cuidar de quem não sabe e não poderá aprender a cuidar de si mesmo, por algum motivo, tenha recursos ou não. A todos deve estar disponibilizado o devido cuidado.<br /><br />Para chegar a tal ponto, não se faz necessário construir grandiosas estruturas assépticas de concreto armado, com tecnologias de última geração. Precisa-se de lugares, lógico, mas, o essencial é que se faça a capacitação de equipes multidisciplinares (psiquiatras, psicólogos, , enfermeiros, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais, sociólogos, antropólogos, artesãos, artistas plásticos e teatrais, musicoterapeutas, educadores físicos, nutricionistas, médicos clínicos, dentistas, PROFISSIONAIS CUIDADORES – PROFISSIONAIS DE SAÚDE. Isso não significa que todos atuem juntos, porém, que um número mínimo de “Técnicos das Especificidades” venha proporcionar a SAÚDE INTEGRAL.<br /><br />É a rede SUS fluindo para atender àqueles que necessitem dos seus cuidados.<br /><br />Por isso, PRECISAMOS DE CUIDADORES – de gente que se disponha a conhecer meios pelos quais pode-se conviver com as “estranhezas” - gente que se atreva a conhecer o território onde se desencadeia a crise e ouse aplicar soluções possíveis ao caso.<br /><br />Essa gente, no lugar de APRENDER CUIDANDO, deve estar habilitada para exercitar a “Arte dos Relacionamentos” . Porque, com uma ótica humanista, entenderemos que àquele rotulado de “louco” deve ser legado um modo de relacionar-se consigo mesmo, com sua subjetividade, além dum modo de tecer relações com seus próximos.<br /><br />CUIDADO COM A SANIDADE DAS CONVIVÊNCIAS.<br /><br />CUIDADO COM O RESPEITO ÀS DIFERENÇAS.<br /><br />CUIDADO.<br /><br />Eu mesmo, me expresso no lugar de quem já foi “paciente de hospital psiquiátrico” e vem chegando ao lugar de “Sujeito de Si”. Porque já fui chamado de “esquizofrênico” por um psiquiatra psicoterapeuta. Anos depois, um psicólogo disse-me que era um “psicótico”. Mais tarde, outro psiquiatra contou-me que apresentava um quadro de “transtorno bipolar”. Recentemente, chamaram-me de “usuário” em um CAPS. Hoje, sei que sou uma pessoa, um ser humano, um cidadão que merece certos cuidados. Não interessa os sintomas que apresentei, mas o homem que sou. E, reconheço-me como usuário enquanto “uso o sistema de saúde mental” e apenas somente nesse caso. Aqui, neste instante, sou membro da AMEA – Associação Metamorfose Ambulante de usuários e familiares do sistema de saúde mental do estado da Bahia – e militante do movimento social da “Luta Antimanicomial” .<br /><br />No meu cotidiano, sou uma pessoa que vem aprendendo a se cuidar, como outros companheiros( as) que também vivenciam o mesmo aprendizado. Mas, sei da existência daqueles que tem limitações mais acentuadas. Sei que existem aqueles que não podem e nem poderão cuidar de si mesmos, nem das próprias necessidades físicas (da alimentação à higiene), nem poderão dar conta da capacitação profissional ou mesmo dos modos de convivência social, nem de atividades culturais. E daí ?<br /><br />É daí que PRECISAMOS DE CUIDADORES.<br /><br />Pessoas que sejam capacitadas “profissionalmente” de CUIDAR da “estranheza alheia”.<br /><br />E quem estaria mais gabaritado para ocupar esse lugar, do que os “usuários” que já cuidam de si mesmos, auxiliados por técnicos comprometidos com esse cuidado ???<br /><br />Na minha opinião, com a autoridade de quem vem resolver seus próprios transtornos, é disso que trata a “Reforma Psiquiátrica”. Não é mais o domínio do manicômio que tranca e segrega, nem do hospício que encarcera e exclui, menos ainda dos hospitais que contem e estigmatizam. É A PRÁTICA DE UMA EQUIPE QUE CUIDA, com a única receita possível, que vem das ações de AMOR. É assim que venho aprendendo a cuidar de mim mesmo : VIVENDO. Dia-a-dia... caindo e ... Levantando. Encontrando um jeito de me cuidar. Aceitando a atenção de quem me ama, procurando amar (Parece piegas – algo do vocabulário enjoado dos livros de autoajuda). Entretanto, toda técnica aplicada ao psiquismo humano, todas as ciências que tomem o comportamento humano com objeto de estudo, só lograrão êxito em suas aplicações, quando estiverem a serviço do AMOR – DA CONSTRUÇÃO ESPIRITUAL DO AMOR – O EXERCÍCIO DA INTERAÇÃO - escuta & intervenção em HARMONIA – constante COMPREENSÃO – o ver-se n’outro e o fito em tornar-se UM. AMOR !!!<br /><br />Penso que, quando nossos governantes, com sua “Corte de assessores”, experimentarem este sentido de gerar harmonia que vem do amor, poderão, por exemplo, implantar unidades de CAPS III em solo soteropolitano, e permitir que a rede SUS flua com sucesso (SUScesso), de acordo com a realidade local, pois, ainda precisamos de, ao menos, um “Centro de Convivência”/ mais algumas “Residências Terapêuticas”/ e tantos outros serviços que venham substituir de vez os hospitais psiquiátricos. Não se trata de “CAPScônios”, nem de reformas decorativas para humanizar hospitais. CAPS III 24hs – lugares de referência, com alguns leitos de acolhimento, que mantenham equipes multidisciplinares revezando-se em turnos, como a cumprir plantões. Isso, para que as pessoas tenham onde recorrer e, quando necessitarem do cuidado especializado, encontrem a atenção biopsicossocial.<br /><br />Esse é o cuidado mais perto do real – aquele que identifica & intervém na realidade da crise.<br /><br />É o cuidado que busca a sanidade. É o propósito óbvio da unidade de saúde:<br /><br />- ENCONTRAR A SANIDADE, GERAR SAÚDE.<br /><br />E, como haveremos de chegar a esse lugar que mais parece “a velha Utopia de Erasmo” ???<br /><br />- Quando nos encontrarmos com o sentimento oculto nesse vocábulo tão desgastado: AMOR.<br /><br />Porque, quando esse momento acontecer, a gente vem em busca da UNIÃO.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-19958539517247133672010-05-26T07:15:00.002-03:002010-05-26T07:16:10.479-03:00Carta do meu amigo EdinhoA Esquizofrenia e a Estrela de David<br />Em 1938, a chamada “Noite dos Cristais” marca o início da perseguição aos judeus na Alemanha e na Áustria. Posteriormente, os judeus são confinados em bairros determinados e obrigados a andar com a estrela de David estampada em papelete amarelo e pregada junto a roupa, de forma que fossem facilmente identificados.<br />Esse segregacionismo também é estendido aos ciganos, comunistas, homossexuais e, inclusive, aos doentes mentais. A Alemanha de Hitler exterminou e perseguiu milhões de pessoas constituindo-se como uma das mais horrendas e vergonhosas páginas da história do Homem. Infelizmente o preconceito e perseguição às minorias chegam até os nossos dias, seja pelo viés das piadas e comentários de gosto duvidoso, seja por grupos organizados como os “skinheads”.<br />Em 20 de abril de 2010, ao retirar o medicamento do qual faço uso na “Farmácia de Medicamentos Especializados”, em Santos, gerenciada agora pela Cruzada Bandeirante São Camilo, sob os auspícios da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, recebo uma carteira amarela com enormes carimbos estampados: ESQUIZOFRENIA.<br />Confesso que num primeiro momento a única coisa em que pensei foi que havia em minha testa uma tatuagem, um carimbo com meu diagnóstico estampado para que todos pudessem apontar e dizer: “Lá vai o Esquizofrênico”. Teria sido apenas um “ato falho” da burocracia? Quem sabe uma ação inconsciente do recém-admitido gestor da farmácia? Ou seria, então, uma política pensada e planejada para expor e reafirmar o estigma das pessoas?<br />A Lei 10.216 (chamada Lei Paulo Delgado), assim como outras leis específicas da legislação médica, é ferida frontalmente na medida em que o sigilo do diagnóstico estabelecido em prontuário médico é, escancaradamente e em letras garrafais, divulgado. A “Carteira do Esquizofrênico”, nesse sentido, é uma afronta ao bom senso. Mais do que isso, é ilegal, dissemina o preconceito, ofende a ética e, sobretudo, causa revolta.<br />Todo o trabalho, treinamento, aprimoramento, debates, documentos, fóruns, leis promulgadas, etc., é jogado por terra por atos que denotam a verdadeira face de governantes descomprometidos com os avanços conquistados pelas lutas dos doentes mentais. A “Carteira do Esquizofrênico” mostra a verdade, ela rotula nossas misérias para calar a nossa voz.<br />Um governo que se nega a convocar a Conferência Estadual de Saúde Mental; que pouca importância dá a Saúde Mental de nosso município; que sucateou os serviços do Hospital Guilherme Álvaro para entregá-lo à iniciativa privada; que sucateou a antiga “Farmácia de Medicamentos de Alto Custo” para mais uma vez entregar um serviço público à iniciativa privada e que, em conjunto com a Prefeitura Municipal de Santos, vem precarizando os NAPS, só poderia mesmo mostrar todo o seu pensamento em relação a nós, usuários dos serviços, num “ato falho”: a “Carteira de Louco”.<br />A burocracia burra e mal intencionada é um dos braços desta máquina de estigmatização. Primeiros os loucos, depois os pobres, depois os negros, e assim por diante, até que todas as vozes contrárias sejam suprimidas.<br />O passo seguinte ao de retirar a nossa voz é nos colocar novamente nos manicômios (ou nos trinta novíssimos leitos psiquiátricos recém abertos pela Cruzada Bandeirante São Camilo) e, retrocedendo ainda mais, aplicar-nos castigos como o “eletrochoque”, a “solitária” e outros métodos sádicos, que brotam na mente dos que administram as instituições desse caráter, chegando, por fim, à tão sonhada volta da lobotomia, em que o Estado poderia estar livre de despesas e questionamentos.<br />Não, não tenho vergonha de ser Esquizofrênico. Mas também não posso dizer que fácil lidar com o preconceito. Por todos os lugares onde tento fazer valer a minha cidadania, logo vem a taxação: é louco! Também não é raiva o que sinto, nem indignação. É um sentimento de impotência frente a esta máquina tão poderosa que fatalmente irá desconsiderar meu desabafo com apenas um argumento: “é louco”. E isto é o que faz minhas pernas e meu corpo fraquejarem, mas parafraseando Cazuza no final de sua vida, morro atirando.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-3687195066033230622010-05-12T20:46:00.001-03:002010-05-12T20:46:52.249-03:00Vamos Polemizar!!!!VÁ A MARCHA DA MACONHA 2010!<br /><br />"É preciso tirar do armário as vozes libertárias, anti-proibicionista s. Elas precisam correr riscos mas têm de se pronunciar com desassombro e clareza" – Luiz Eduardo Soares em entrevista ao coletivo DAR – Desentorpecendo a razão. Link: http://coletivodar. wordpress. com/2010/ 04/19/mais- cedo-ou-mais- tarde-a-estupide z-da-politica- vigente-ha- de-se-desmascara r-entrevista- com-luiz- eduardo-soares/<br /><br />Começo fazendo algumas considerações básicas, mas que nem sempre são levadas em consideração quando o assunto é "drogas" (tabu):<br /><br />1- Todos usamos "drogas" (substâncias psicoativas) sejam elas lícitas ou ilícitas: álcool, tabaco, cafeína, psicofármacos (receitados pelos "doutores" ou não), chocolate, cocaína, heroína, crack, etc.<br /><br />2- Algumas são mais e outras são menos danosas ao organismo, porém, o fato é que elas existem e é impossível acabar com elas ou com seu consumo. E, aproximadamente, 80 anos de proibição demonstram isso.<br /><br />3- O uso indevido de "drogas" é um problema cultural, de valores sociais e de saúde pública, educação. Não deve ser nunca uma questão criminal.<br /><br />4- Há milhares de mortes por ano relacionadas ao proibicionismo arbitrário das ditas "drogas".<br /><br />5- O Estado e seus agentes públicos gastam mais tempo e dinheiro no combate ao tráfico de substâncias tornadas ilícitas do que em saúde pública e educação.<br /><br />6- Muitas substâncias tornadas ilícitas, em especial, a cannabis, tem um potencial terapêutico imenso. <br /><br />Tendo em mente essas considerações, podemos afirmar categoricamente que defender a descriminalizaçã o das drogas ou sua legalização não significa que se esteja elogiando as drogas, estimulando seu consumo ou admitindo que se consome. Muito pelo contrário, defender a legalização das "drogas" é ser racional e pragmático.<br /><br />É necessário repudiar a excessiva intervenção estatal nas decisões estritamente privadas dos cidadãos, quando elas não prejudicam de forma alguma a vida da comunidade. O Direito Penal, mergulhado em seu próprio narcisismo de querer ser a solução para todos os problemas do mundo, justifica a proibição das "drogas", afirmando tutelar o bem jurídico da "saúde pública"!<br /><br />Paro o inferno com os bens jurídicos e a saúde pública! Às favas com uma retórica jurídica que esconde uma realidade macabra e perversa: a criminalização da pobreza, o controle social exercido pelo poder de polícia do Estado para manter o "status quo", o interesse de grupos oligárquicos que lucram milhões com o proibicionismo das "drogas". Sim, muitos lucram com a proibição e não têm interesse nenhum em acabar com ela.<br /><br />a) Empresas de segurança privada, que lucram com o medo e a insegurança generalizados típicos de um Estado Penal. Afinal, são os dois elementos que fundam esse tipo de Estado. <br /><br />b) Delegacias especializadas no combate ao narcotráfico e todos os agentes de repressão a serviço do Estado.<br /><br />c) Clínicas de tratamento, com suas diárias caríssimas e sua eficiência pífia, que, além de serem prisões disfarçadas de "spas", recebem verbas públicas para aumentarem seus leitos e retirarem o entulho social das ruas, escondendo-os em manicômios ou qualquer outra instituição total do gênero. <br /><br />d) Os "empresários morais" que vendem fácil o seu discurso moralista nos meios de comunicação. Aqui incluso todo o tipo de moralista, que prega a sua moral da história, sendo a parte mais visível desse grupo aqueles ligados às Igrejas cristãs e à mídia oligárquica. <br /><br />e) E claro os traficantes de verdade, que não moram em comunidades pobres, mas em apartamentos- 1-por-andar em Copacabana.<br /><br />E o cidadão, como sempre, perde. Pois como bem lembrado por Marcelo Mayora (link: http://tunelnofimda luz.blogspot. com/2009/ 12/ai-ai- ai-ai.html):<br /><br />"A proibição não elimina os usos de drogas. Entretanto, gera certos tipos de efeitos, transforma-os. Os principais efeitos que decorrem da proibição, do ponto de vista dos usos, são a desinformação e a glamourização. Ambos, ao seu modo, são derivados do tabu que paira sobre o tema, de uma espécie de bloqueio lingüístico, das dificuldades de se falar abertamente sobre o assunto."<br /><br />Logo, devemos repudiar a hipocrisia que libera (incentiva) o cigarro e o álcool e proíbe a maconha. Assim como não devemos aceitar que um adolescente pobre e negro, de 18 anos, seja declarado criminoso e enjaulado porque vendeu maconha a outro, da mesma idade, mas de outra classe social e outra cor de pele, paternalisticamente definido como vítima: o consumidor.<br /><br />Em conseqüência, a imagem usual do vendedor de drogas como alguém mal, cruel e violento, não passa de uma construção social estigmatizante que costuma ser aplicada de modo generalizante e que funciona como instrumento de reprodução de preconceitos e desigualdades sociais. Raros são aqueles que agem em conformidade com a descrição que identifica o sujeito com a monstruosidade inumana. Em sua maioria, na verdade, são garotos pobres que foram pegos com quantidades ínfimas de drogas e estavam desarmados. Ou seja, são presos políticos! Presos por causa de uma política inadequada. <br /><br />Do mesmo modo, raros são aqueles usuários de "drogas" que agem e se parecem em conformidade com a descrição que a mídia, e por conseqüência, a sociedade faz deles. Vide a campanha "crack, nem pensar!" do Partido RBS, na qual modelos maquiados fazendo caras e bocas na sarjeta moldam o (in)cosciente coletivo, fazendo-nos associar "drogas" com sujeira, VIOLÊNCIA, depravação, imoralidade. Pede-se, assim, que a sociedade clame por mais repressão, legitimando as políticas proibicionistas - repressivas.<br /><br />Como diz Luiz Eduardo Soares em sua entrevista, "a verdadeira questão sempre mascarada é a seguinte: como não está ao nosso alcance impedir o acesso às substâncias que chamamos "drogas", temos de nos perguntar: em que contexto jurídico-político seria preferível vivenciar esta iniludível realidade? Dizendo-o de outro modo: em que contexto normativo seria menos mau lidar com a realidade do acesso às drogas? O contexto atual, em que drogas são problema de polícia e cadeia, isto é, de política criminal? Ou um contexto diferente em que elas fossem objeto de saúde pública e educação? Eu aposto no segundo caminho. Ele não vai evitar o abuso, mas pelo menos não vai provocar outros males. Das drogas e de seus efeitos destrutivos nós nunca nos livraremos, mas poderemos aprender a conviver melhor com elas, a ponto, inclusive, de reduzir o sofrimento humano que seu abuso provoca."<br /><br />Por isso, convoco todos os cidadãos a participarem de um dos maiores eventos contraculturais da cidade de Porto Alegre, a Marcha da Maconha 2010! Se você não é um daqueles que ganha com a proibição das "drogas", e sim um daqueles muitos que apenas perde com a atual política moralista, alienígena (foi "importada" dos EUA), ineficaz e proibicionista das "drogas", venha marchar e debater essa questão tão importante para um País que se julga democrático.<br /><br />Afinal, O QUE NÃO PODE SER DEBATIDO EM UMA DEMOCRACIA?<br /><br />Para acabar com a violência diária retratada nos meios de comunicação e buscar uma solução sensata e eficaz ao abuso de substâncias ilícitas, ao invés de cair no discurso maniqueísta vendido barato nos jornais populares e ficar colando adesivos no carro: "crack, não vou pensar no assunto!" É preciso ir para às ruas e gritar: chega de morte, chega de prisão, queremos já a legalização!!!<br /><br /> Cidadão demonstre a sua contrariedade com a atual política de drogas. Vá a marcha! Sua presença é muito importante, quanto mais pessoas forem, mais próximo da mudança estaremos! Venha lutar pelo direito de questionar a atual política de drogas do nosso país!<br /><br />A Marcha é um movimento social de reivindicação de direitos, inclusive, o de livre expressão! Abra a cabeça!<br /><br /> <br /><br />Rizoma Princípio Ativo<br /><br />Por uma nova política de drogasCocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-62383490460518495902010-04-11T10:35:00.001-03:002010-04-11T10:35:36.678-03:00A Marcha pela Cidadania - Cordeirópolishttp://www.tvb.com.br/videos/?v=3090Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-8645808426012122372010-01-26T11:56:00.003-02:002010-01-26T12:05:21.108-02:00Regiões do Município de Cordeirópolis que participaram do Movimento Social de Segurança Pública – “SEGURANÇA E PAZ: Um caminho de desafios para trilhar as Redes Sociais”<br />1- Jardim Eldorado <br />2- Jardim Cordeiro <br />3- Jardim Progresso, Bela Vista, São José e adjacências <br />4- Cascalho<br />5- Centro, Planalto e Imediações <br />6- Associações, Ong´s, Corporações, Entidades, Organizações e Afins<br />7- Estação FEPASA <br />8- Assentamento XX de Novembro e Comunidade Santa Rita de Cássia<br /><br />CARTA DE CORDEIRÓPOLIS<br /><br />As regiões acima descritas, reunidas na Reunião Geral do Movimento Social de Segurança Pública de Cordeirópolis – “SEGURANÇA E PAZ: Um Caminho de Desafios para trilhar as Redes Sociais”, realizada em Cordeirópolis-SP, no dia 19 de Dezembro de 2009, representadas pelo Poder Público e Sociedade Civil, com os olhos voltados às origens do Município, com o pensamento firme no presente de participação democrática e popular, vislumbrando um futuro onde a Segurança Pública seja comunitária e exercida com controle social e acesso universal, onde deixe de ser puramente repressiva para ser instrumento de transformação social, promoveram intenso intercâmbio de idéias e de manifestações sociais e aprovam na sua Assembléia de Encerramento a Carta de Cordeirópolis, nos seguintes termos:<br /><br />Resultam deste Movimento um conjunto de resoluções e recomendações que se constituem num arcabouço de necessidades, e acima de tudo na expressão, por parte de todos aqueles que dedicam suas vidas a árdua tarefa de manter viva a chama de uma sociedade garantidora da diversidade étnica, racial, social, cultural e de gênero, que faz com que este Município amplie suas fronteiras, derrubando barreiras e preconceitos.<br /><br />Reafirma-se neste Encontro a dimensão simbólica, cidadã e econômica da Segurança Pública com ênfase à compreensão da mesma como direito humano fundamental, sem o qual não há desenvolvimento pleno de toda a Sociedade.<br /><br />Destaca-se como culminância a aprovação pela comunidade da criação da Política Municipal de Segurança Pública, que deverá em etapa seqüencial a esta Reunião Geral ser fiscalizado na sua implantação onde, espera-se o total apoio do Poder Legislativo e Executivo e o compromisso com todos os que partilharam deste Processo de discussão e que representam os reais interesses da cidade, em termos de desenvolvimento da Segurança Pública.<br /><br />Abre-se a partir da realização do Movimento Social de Segurança Pública um tempo de diálogos e de afirmação dos princípios que regem o tema na atualidade como fator de predominância que deve ser o norte de toda e qualquer ação nos níveis municipal, estadual e nacional, onde a capacidade criativa dos indivíduos e grupos sociais sejam respeitadas e entendidas como âncora do desenvolvimento da segurança pública.<br /><br />Ressalta-se ainda a necessidade da Segurança Pública estar inserida em todos os campos governamentais de modo transversal, assegurando, por exemplo, que a mesma faça parte da vida educacional de crianças e jovens, da saúde, da questão ambiental, da cultura e da arte em todas as suas formas de expressões.<br />Se fortalece a partir desse Movimento toda a comunidade cordeiropolense, em especial todos aqueles que participaram ativamente. Com o Movimento ganha a democracia e se resgata o sentimento de pertencimento de toda a cidade à condição de cidadãos e cidadãs plenos.<br /><br />Considerando a Constituição Federal de 1.988, em seu art. 144, § 8º, deixa claro que: “§ 8º Os Municípios poderão constituir guardas municipais destinadas à proteção de seus bens, serviços e instalações, conforme dispuser a lei”;<br />Considerando que o crescimento da Guarda Municipal, é, hoje, de ponderável importância em face à crescente demanda social por segurança e complexidade do avanço tecnológico;<br /><br />Considerando que a Guarda Municipal necessita do amparo decisivo do Chefe do Executivo, dos Vereadores e de todas as forças vivas da comunidade local, bem como de todo o Parlamento Federal;<br /><br />Considerando que, de acordo com a Constituição Federal, a melhor política, visando à afirmação sócio-profissional e emprego da Guarda Municipal de agir independentemente, eis que defensores da ordem e da tranqüilidade das populações a que servem por meio das quais, via Prefeitura Municipal, são pagas, assistidas, instruídas, equipadas, armadas, treinadas, e aperfeiçoadas;<br /><br />Considerando, em conseqüência, que a tendência da municipalização dos serviços é a mais racional, ágil e eficiente no tocante ao atendimento da demanda desses serviços com eficácia e rapidez;<br /><br />Considerando, que a Guarda Municipal há muitos anos vêm prestando serviços de cooperação na Segurança Pública, buscando a integração policial, sempre em benefício da população;<br /><br />Considerando, que a Guarda Municipal é uma realidade irreversível, devendo consagrar-se como Instituições Modernas, Preventivas e Comunitárias.<br /><br />RESOLVEM POR UNANIMIDADE APROVAR O SEGUINTE: <br /><br />Ratificar as decisões anteriores defendidas nas comunidades;<br />Continuar a mobilizar todos os esforços, no sentido de aprovar a PEC nº 534 A, no menor espaço de tempo possível, fazendo com que as Câmara Municipal aprove moções, solicitando aprovação imediata da PEC 534 A;<br /><br />Que o Governo Federal, manifeste por meio de suas lideranças na Câmara e no Senado federal, apoio à aprovação da PEC 534/02 e respectiva regulamentação das Guardas Municipais, como polícias municipais preventivas e comunitárias;<br /><br />Recomendamos ainda, ao Poder Público Municipal que, gradativamente: <br /><br />I. Criem, caso ainda não tenham, um Órgão Gestor da Política de Segurança Pública Municipal; <br />II. Institua Planos de Cargos, Salários e Carreiras, tendo como princípios a carreira única, a participação de mulheres em todos os níveis hierárquicos e a valorização profissional;<br />III. Priorize a aquisição de equipamentos de proteção da integridade física do efetivo de sua Guarda, especialmente coletes balísticos, bem como a aquisição de equipamentos adequados a ação preventiva e comunitária;<br />IV. Institua programas de apoio à saúde física e mental dos guardas municipais. 5. Solicitar do Governo Federal, através da Guarda Municipal ou órgão responsável pela Segurança Pública do Município a solução imediata e definitiva, sobre a autorização para o porte de arma dos Guardas Municipais, que deve ser 24horas por dia e no âmbito do respectivo Estado, bem como, seja abolido o critério populacional para armar a Guarda Municipal.<br />V.Fazer todos os esforços para a concretização e aprovação de todas as diretrizes aprovadas na primeira Conferência Nacional de Segurança, referentes às Guardas Municipais.<br />VI.Registrar a presença do Vice Prefeito Municipal de CORDEIROPOLIS, Amarildo Antonio Zorzo, do Deputado Federal José Genoíno, do Deputado Estadual Antonio<br />Mentor, do Presidente da Câmara Municipal de Cordeirópolis Sérgio Baltazar e dos vereadores Wilson José Diório e Fátima Marina Celin.<br />VII.Deixar agendado para o próximo ano, no mês de Novembro o segundo encontro do Movimento Social de Segurança Pública de Cordeirópolis, para discutir, refletir e acompanhar a atuação do poder executivo local referente a esta carta.<br />VIII.Divulgar esta Carta às Autoridades Públicas em todas as esferas Municipais, Estaduais e na esfera Federal.<br /><br />PROPOSTAS APROVADAS PELO PLENÁRIO<br /><br />Do MOVIMENTO SOCIAL DE SEGURANÇA PÙBLICA DE CORDEIRÓPOLIS<br /><br />O Movimento Social de Segurança Pública de Cordeirópolis contou com Palestras sobre os Eixos propostos pelo Ministério da Justiça, que precederam os trabalhos de discussão e votação.<br />Nas reuniões locais realizadas entre os dias 02/12 à 16/12, estabelecerem o diálogo acerca das temáticas locais, leram e aprovaram o texto base da Conferência Nacional sem ressalvas ou acréscimos à redação original.<br />Na seqüencia procederam as discussões pontuais acerca da temática local, apontando as seguintes propostas aprovadas, constando a lista de presença de todas as reuniões realizadas durante o Movimento, o abaixo assinado onde constam as propostas locais específicas, e por fim, o número de votos na sua redação final, conforme anexo enumerado das páginas 1 á 8.<br /><br />Cordeirópolis, 19 de dezembro de 2009.<br /><br />Atenciosamente,<br />Comissão OrganizadoraCocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-33647001442552508952010-01-26T11:47:00.003-02:002010-01-26T11:54:40.031-02:00O porquê do Movimento Social de Segurança Pública em Cordeirópolis<br /><br />A história da Segurança Pública teve início em 1.831, quando foi autorizada a criação de um corpo de Guardas Municipais, com a finalidade de manter a ordem pública e auxiliar a justiça de acordo com os efetivos necessários. Infelizmente o País passou por uma fase de ditadura militar que resultou na extinção da Guarda Civil Metropolitana em 1.969, originando em 1.970 a atual Polícia Militar. O conceito de participação social advindo da Constituição Federal de 1.988 prevê o envolvimento dos diversos atores sociais nas distintas etapas das políticas públicas, como na elaboração, implantação, monitoramento e avaliação. São exemplos dessa participação, as políticas de saúde, educação, cidades e meio ambiente. Ao exercer esse direito e dever de maneira integrada e participativa estaremos caminhando para a efetivação do sistema democrático brasileiro.<br />Em 1.988 foi criada a Constituição Federal, trazendo a democracia. Porém no capítulo sobre segurança pública, é fácil notar os resquícios de repressão, apesar de descrita como dever do Estado, direito e responsabilidade de todos.<br />Em 2009 foi realizada a I Conferência Nacional de Segurança Pública, que entrou para o marco da história deste País, pois foi onde a Sociedade Brasileira exigiu das autoridades, por direito, um novo modelo de Segurança Pública.<br />“Uma sociedade é livre na medida em que propicia o choque de opiniões e o confronto de idéias. Desses choques e confrontos nasce a Justiça e a Verdade, garantindo o progresso e a auto-reforma dessa sociedade”. (Stuart Mill)<br />Não se trata apenas de uma revisão de valores, mas de uma verdadeira mudança cultural. Nesse sentido, a participação é uma estratégia de gestão e um mecanismo capaz de transformar a cultura política. A participação popular ainda é vista com desconfiança. A apropriação das decisões pela sociedade causa temor e ameaça aqueles que se imaginam donos da verdade universal e, sobretudo de tudo o que é público. Cada cidade tem sua própria realidade, fruto de sua história, indissociável dos processos nacionais e regionais, sócio-políticos e econômicos. Segundo a CF, as Guardas Municipais devem proteger bens, serviços e instalações (classificados como bens de uso comum do povo como os rios, mares, estradas, ruas e praças, dentre outros, segundo o Código Civil Brasileiro). Assim, atuando em nome do poder público e a serviço da coletividade, no interesse dos munícipes, as Guardas se acham ao abrigo da Constituição. O Governo Federal incluiu as Guardas Municipais na Secretaria Nacional de Segurança Pública como órgãos de segurança pública, cessando quaisquer dúvidas sobre sua legitimidade. A Guarda Municipal é um órgão investido do poder de polícia discricionário para garantir a proteção dos bens, instalações municipais, o pleno exercício das atividades e serviços executados pelo Município; incolumidade das pessoas, apoio à comunidade, proteção às crianças, adolescentes e idosos, sejam de ordem social, psicológica, pessoal ou patrimonial; com exercícios de prevenção nas vias públicas, defesa ambiental, logradouros públicos, apoio aos munícipes e colaboração com o Estado na segurança pública.<br />O custo benefício de uma Guarda bem treinada é certeza de retorno e qualidade de vida aos munícipes. Infelizmente, existe uma cultura entre os políticos que: investir em segurança pública é tão somente pagar combustível para órgãos estaduais, aluguel de prédios, adicional de salário, consertos de viaturas e empréstimos de funcionários. É com frustração que assistimos algumas prefeituras deixando órfãs suas Guardas Municipais, onde seus recursos são direcionados aos órgãos estaduais como obrigação do município. O Município deve investir nas suas Guardas Municipais, valorizá-las profissionalmente, qualificá-las para que se tornem agências de segurança pública do futuro, eficientes e respeitosas da legalidade, merecedoras da confiança popular, ágeis e transparentes, inteligentes e capazes de prevenir (Maciel, 2009).<br />A política de estímulo à prevenção é amparada por números. Segundo o Ministério da Justiça, o custo médio de um crime para o Estado é de R$ 2,5 mil, entre internação, perda de produtividade, e outros indicadores. Para evitá-lo com ações preventivas, o custo cai para R$ 600. Já a ação de repressão ao delito não sai por menos de R$ 6 mil aos cofres públicos. Segundo o advogado UREMÁCIO CARVALHO, num dos seus artigos: (...) “Do policial se exige um perfil difícil de ser atingido: ser flexível; ser capaz e disposto a contribuir para a inovação; e ser criativo; ser capaz de lidar com incertezas; estar interessado e ser capaz de aprender ao longo da vida; ter adquirido sensibilidade social e aptidões para a comunicação; ser capaz de trabalhar em equipe; assumir responsabilidades; tornar-se empreendedor; preparar-se para o mundo do trabalho internacionalizado por meio de conhecimento de diferentes culturas; (...) um super-herói.” Ou seja, tudo isso se enquadra no policiamento comunitário, que surgiu como um “novo paradigma de prevenção criminal, compreendendo uma nova polícia, voltada para a satisfação da comunidade, e seguindo princípios éticos e democráticos” (Cerqueira, 1988).<br />Quem sofre as cobranças do povo, são as autoridades municipais, porque estão diretamente ligados à população das cidades. A sociedade brasileira não suporta mais o atual sistema de segurança pública. Para quem discorda basta ler as diretrizes que foram elencadas na Conferência Nacional realizada em Brasília em 2009. Para isso acreditamos numa saída que é a Municipalização ou Descentralização do sistema de Segurança Pública. Responsabilidade já comum aos municípios. No entanto, os constituintes não dotaram os municípios de instrumentos complementares para o cumprimento destas responsabilidades. Os municípios cuidam do dia-a-dia do cidadão, operam com maior eficácia na prevenção através da integração do aparelho de segurança com a sociedade, de medidas interdisciplinares de gestão e da mediação de conflitos, que só são capazes de serem levadas a efeito pelo poder local. A Segurança Pública clama por mudanças pelo benefício de todos. O combate à criminalidade não é exclusiva ou privativa de nenhum órgão, mas de todo cidadão que, nesse particular, é detentor de fração do poder de polícia, o combate ao crime é também da competência das Guardas Municipais.<br />É um contra-senso: municipaliza-se o transporte, a saúde, a educação, mas a segurança pública ainda luta para ser federalizada e estatizada contando com o apoio de grupos favorecidos para impedir o avanço do interesse local.<br />As Guardas Municipais devem sim fazer a PROTEÇÃO de BENS, SERVIÇOS e INSTALAÇÕES dos munícipes, além da dignidade da pessoa humana. A vida é o BEM, um valor-fonte de todos os valores. Esse BEM perde o sentido sem a vida.<br />Assim, tendo em vista todo o contexto atual sobre o tema, foi apresentada ao Conseg (Conselho Comunitário de Segurança) uma proposta de realizar a I Conferência Municipal de Segurança Pública em Cordeirópolis, aceita por todos os presentes na reunião realizada dia 30/10. No dia 18/11, reuniram-se todas as lideranças de entidades, bairros, poder público, guarda municipal, polícia civil e vereadores. O objetivo desta reunião era definir a realização da Conferência e o cronograma a ser seguido. Dias depois, a diretoria do Conseg informou que não era legalizado oficialmente em Cordeirópolis, o que nos causou estranheza, mas não poderia realizar o evento.<br />Barreiras burocráticas e políticas sempre se colocam no caminho da mobilização social quando mudanças são propostas. Não foi diferente nessa história. Em respeito às pessoas que visam a árdua tarefa de manter viva a chama de uma sociedade mais justa e garantidora de seus direitos, foi decidido, mesmo com as dificuldades impostas, esquecer a realização da Conferência através do Conseg, e no dia 26/11 definiu-se a realização do Movimento Social de Segurança Pública através da sociedade civil.<br />O Objetivo Geral do Movimento Social de Segurança Pública foi definir princípios e diretrizes, orientadores para se implantar no Município a Política Municipal de Segurança Pública, com participação da Sociedade Civil, Agentes de Segurança (policiais civis, militares e guardas municipais) e Poder Público como instrumento de gestão, visando efetivar a segurança pública como direito fundamental.<br />O Movimento Social de Segurança Pública de Cordeirópolis realizou um ciclo de 08 reuniões locais nos seguintes bairros: 1) Eldorado, 2) Cordeiro, 3) Progresso e imediações, 4) Cascalho, 5) Centro e Planalto, 6) Associações e afins, 7) Fepasa e 8) Assentamento XX de Novembro e Comunidade Santa Rita de Cássia, entre os dias 02/12 e 16/12, obtendo a participação de 100 pessoas aproximadamente.<br />Nessas reuniões foram definidas propostas de ação, como: o fortalecimento das redes sociais, a implantação da polícia comunitária, a unificação estratégica das ações dos profissionais da segurança pública, melhoria na infra-estrutura urbana, valorização dos agentes de segurança, entre outras.<br />Para finalizar a primeira etapa do Movimento, foi realizada uma Reunião Geral no dia 19/12/2009, que contou com a presença de autoridades locais, estaduais e federais. Foram discutidas e votadas todas as propostas feitas e redigido um documento em nome da sociedade civil cordeiropolense, intitulado “A Carta de Cordeirópolis”.Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-16381188242176810512010-01-12T09:09:00.000-02:002010-01-12T09:10:02.091-02:00<p><em>Filha de Zuzu Angel desabafa.Leitura contra os torturadores.<br /></em></p><p><em><br /></em></p><p><em><br /></em></p><p><em>CHEGA UMA hora em que não aguento, tenho que falar. Já que quem deveria falar não fala, ou porque se cansou do combate ou porque acomodou-se em seus novos empregos… POIS BEM: é impressionante o tiroteio de emails de gente da direita truculenta, aqueles que se pensava haviam arquivado os coturnos, que despertam como se fossem zumbis ressuscitados e vêm assombrar nosso cotidiano com elogios à ação sanguinária dos ditadores, os quais torturaram e mataram nos mais sórdidos porões deste país, com instrumentos de tortura terríveis, barbaridades medievais, e trucidaram nossos jovens idealistas, na grande maioria universitários da classe média, que se viram impedidos, pelos algozes, de prosseguir seus estudos nas escolas, onde a liberdade de pensamento não era permitida, que dirá a de expressão!… E AGORA, com o fato distante, essas múmias do passado tentam distorcer os cenários e os personagens daquela época, repetindo a mesma ladainha de demonização dos jovens de esquerda, classificando-os de “terroristas”, quando na verdade eram eles que aterrorizavam, torturavam, detinham o canhão, o poder, e podiam nos calar, proibir, censurar, matar, esquartejar e jogar nossos corpos, de nossos filhos, pais, irmãos, no mar… E MENTIAM, mentiam, mentiam, não revelando às mães sofredoras o paradeiro de seus filhos ou ao menos de seus corpos. Que história triste! Eles podiam tudo, e quem quisesse reclamar que fosse se queixar ao bispo… ELES TINHAM para eles as melhores diretorias, nas empresas públicas e privadas, eram praticamente uma imposição ao empresariado — coitado de quem não contratasse um apadrinhado — e data daquela época esse comportamento distorcido e desonesto, de desvios e privilégios, que levou nosso país ao grau de corrupção que, só agora, com liberdade da imprensa, para denunciar, da Polícia Federal, para apurar, do MP, para agir, nos é revelado…</em></p> <p><em>DE MODO cínico, querem comparar a luta democrática com a repressão, em que liberdade era nenhuma, e tentam impedir a instalação da Comissão da Verdade e Justiça, com a conivência dos aliados de sempre… QUEREM COMPARAR aqueles que perderam tudo — os entes que mais amavam, a saúde, os empregos, a liberdade e, alguns, até o país — com aqueles que massacraram e jamais responderam por isso.</em></p> <em>Um país com impunidade gera impunidade. A história estará sempre fadada a se repetir, num país permissivo, que não exerce sua indignação, não separa o trigo do joio… TODOS OS países no mundo onde houve ditadura constituíram comissões da Verdade e Justiça. De Por tugal à Espanha, passando por Chile, Grécia, Uruguai, Bolívia e Argentina, que agora abre seus arquivos daqueles tempos, o que a gente, aqui, até hoje não conseguiu fazer… QUE MEDO é esse de se revelar a Verdade? Medo de não poderem mais olhar para seus próprios filhos? Ou medo de não poderem mais se olhar no espelho?…<br /><br />Hildegart Angel<br /></em>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-55930759115866117602009-11-30T22:14:00.001-02:002009-11-30T22:14:12.578-02:00<span style="color: maroon;"> “Nenhum homem é uma ilha, completa em si mesma; todo homem é um pedaço do continente, uma parte da terra firme. Se um torrão de terra for levado pelo mar, a Europa fica menor, como se tivesse perdido um promontório, ou perdido o solar de um teu amigo, ou o teu próprio. A morte de qualquer homem diminui a mim, porque na humanidade me encontro envolvido; por isso, nunca mandes indagar por quem os sinos dobram; eles dobram por ti.” John Donne.</span>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-57836027757468832932009-11-30T20:28:00.001-02:002009-11-30T20:28:56.392-02:00<div> <div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;color:#0000ff;"><em>Hola a todos, reenviamos la convocatoria que han planteado organizaciones de trabajadores y usuarios en apoyo a la ley de salud mental y su sanción en senado. Los esperamos y agradecemos su colaboración en la difusión. </em></span></div> <div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;color:#0000ff;"><em> Gracias, </em></span></div> <div><em><span style="font-size:85%;color:#0000ff;"> Despacho Dip. Gorbacz</span></em></div> <div><em></em> </div> <div> <div> <div><span style="font-family:Arial;font-size:85%;color:#0000ff;"><em></em></span> </div> <div> </div> <div><br /></div> <div> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><u><span style="font-family:Times New Roman;font-size:180%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 20pt;">ABRAZO AL CONGRESO </span></span></u></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><span style="font-family:Times New Roman;font-size:180%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 20pt;">Martes 01º de Diciembre</span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><span style="font-family:Times New Roman;font-size:180%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 20pt;">15.30 hs</span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><span style="font-family:Times New Roman;font-size:180%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 20pt;">Esquina Entre Ríos e Hipólito <span>Yrigoyen</span></span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 11pt;"> </span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><u><span style="font-family:Times New Roman;font-size:180%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 16pt;">APOYAMOS la LEY NACIONAL de<span> </span>SALUD MENTAL y DDHH</span></span></u></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 11pt;">Expediente 0126-D-09</span></span></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: center;" align="center"><b><i><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 10pt; font-style: italic;" lang="ES-AR">El derecho a recibir atención integral de la salud mental</span></span></i></b><b><i><span style="font-size:85%;"><span style="font-weight: bold; font-size: 10pt; font-style: italic;"><span> </span>es<span> </span>una cuestión de Derechos Humanos.</span></span></i></b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;">El actual proyecto es el resultado de un proceso de intercambios, consensos, discusiones, errores y aprendizajes, transitado a lo largo de los últimos tres años con la Secretaría de Derechos Humanos de la Nación, con el ámbito académico de diversas Universidades, con Direcciones de Salud Mental de varias Provincias, con instituciones de Salud Mental, con servicios públicos de Salud Mental, con organizaciones de usuarios y de familiares, con organizaciones sociales, con miembros del Poder Judicial. </span></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;">El cambio de paradigma que reconoce el derecho a recibir atención integral de la salud mental, desde una perspectiva intersectorial e interdisciplinaria, se inscribe<span> </span>como un derecho humano fundamental para todas las personas, y resulta así legitimado en el proyecto.</span></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;">La propuesta aprobada en Diputados avanza en la adecuación de la legislación interna a los estándares internacionales de derechos humanos, incluyendo la recientemente aprobada Convención sobre los Derechos de las Personas con Discapacidad de Naciones Unidas y cumple con la inaplazable sanción de una ley marco de salud mental que fija un piso mínimo de derechos y garantías del debido proceso para todas las personas y en todo el país. </span></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;">Las siguientes personas y organizaciones celebran la reciente media sanción, aprobada <span> </span>por unanimidad en la Cámara de Diputados e instan a los Senadores y Senadoras de nuestro país a <span> </span>convertirla en ley con la premura importancia que merece. </span></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><i><span style="font-family:Times New Roman;font-size:85%;"><span style="font-size: 10pt; font-style: italic;"> </span></span></i></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify;"><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;">Adolfo Pérez <span>Esquivel</span>, Secretaría de DDHH de la Nación,<span> </span>CELS, APDH, SERPAJ, Hebe<span> </span>de <span>Bonafini</span> (Asociación Madres de Plaza de Mayo) Marta Vázquez (Madres de Plaza de Mayo Línea Fundadora); Espacio Carta Abierta;<span> </span>Familiares de Desaparecidos y Detenidos por Razones Políticas, <span>Buscarita</span> Roa (Abuelas de Plaza de Mayo), Asociación de Ex Detenidos-Desaparec idos; Comité Contra la Tortura de la Comisión Provincial por la Memoria; Cátedra de Salud y DDHH de la Facultad de Medicina de la UBA; Alicia <span>Gillone</span> (Comisión de Salud APDH); Comisión de <span>DD.HH</span>. Uruguayos en Argentina, Dirección Salud Mental- <span>Pcia</span>. <span>de</span><span> </span>Buenos Aires; Dirección Protección-Secretari a Derechos Humanos- <span>Pcia</span>. de Buenos Aires; diputada Laura <span>Berardo</span>; Colectivo 448; COGESAM; <span> </span>Mesa de DDHH y Salud Mental de Córdoba; Secretaria de Salud y Dirección Provincial de Salud Mental-<span>Pcia.de</span> Santa Fe, ATE-Capital Federal; <span> </span>ATE-Córdoba; Subsecretaría<span> </span>Promoción de la Igualdad y Calidad Educativa, <span>Pcia</span>. de Córdoba; Dirección<span> </span>Derechos Humanos de las Minorías y Lucha contra la Discriminació n-<span>Pcia</span><span>.de</span> Córdoba;<span> </span>Coordinación Provincial Salud Mental Comunitaria, <span>Pcia</span>. Río Negro; <span> </span>Secretaria de Salud Pública y Coordinación de Salud Mental de Rosario; <b><span style="color:red;"><span style="font-weight: bold; color: red;"><span> </span></span></span></b>Dirección de Salud Mental de la <span>Pcia</span>. <span>de</span> <span> </span>Catamarca; Graciela <span>Livovsky</span> de <span>Seppi</span>, Ministerio Salud <span>Pcia</span>. <span>de</span> la Rioja,<span> </span>Sara <span>Slapak</span> (Decana <span>Fac.Psicologí a</span> UBA),<span> </span>Edith A. Pérez (Decana <span>Fac.Psicologí a,UNLP</span>),<span> </span>Federico <span>Shuster</span> y Damián <span>Loreti</span> (Decano y <span>Vice</span> Decano <span>Fac.Sociales</span> UBA),<span> </span>Emiliano <span>Galende</span> (Doctorado <span>Univ.Lanús</span>), Alicia Stolkiner (Univ. Lanús y UBA); <span> </span>V</span></span><span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="ES-AR">icente</span></span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="ES-AR"> <span>Galli</span>, (<span>Fac.Medicina</span> UBA);<span> </span></span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;">Gregorio <span>Kazi</span> (Cong. Salud Mental y <span>DDHH<span>,UPMPM</span></span>), Mabel <span>Grimberg</span> (<span>Inst.Antropologí a</span> <span>Fac.Filosofía, UBA</span>); Inés Vázquez, (Rectora Univ. Popular Madres<span> </span>Plaza de Mayo),<span> </span>Hugo Spinelli (Maestría Salud Comunitaria, UNL); </span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;"><span> </span></span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;">Ana Arias (Decana <span>electaTrabajo</span> <span>Social<span>,Fac.C.Sociales, UBA</span></span>),Juan <span>C.Domínguez</span> Lístalo (<span>Univ.Nac.LaPlata</span>);<span> </span>Edgardo Ignacio <span>Binstock</span>, (Subsecretario<span> </span>Atención a las Adicciones, <span>Pcia</span>. Buenos Aires); Maricel Eiriz (Dir. Infancia y Adolescencia Tierra del Fuego); Francisco Leone (Subsecretario Salud <span>Pcia</span>. Tierra del Fuego); Foro Instituciones y Profesionales<span> </span>Salud Mental -Ciudad de Buenos Aires; Secretaría de Derechos Humanos de la CTA; Asociación de Reducción de Daños en la Argentina,<span> </span>Asociación Civil Intercambios; Silvia Faraone; Yago Di <span>Nella</span>; Frente de Artistas del Borda; Asociación Argentina de Psiquiatría y Psicología de la Infancia y la Adolescencia; Radio La <span>Colifata</span>;<span> Médicos del Mundo; </span>Alejandra Barcala; Nora Salas; Asociación por los Derechos en Salud Mental (ADESAM); <span>Angel</span> <span><span>Barraco</span></span><span> ;</span> Colegio Psicólogos <span>Pcia</span>. Salta; Colegio Psicólogos <span>Pcia</span>. de <span> </span>Tucumán;<span> </span></span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;">Asociación Argentina de Salud Mental;</span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;"><span> </span>Asociación de Profesionales del Centro de Salud Mental “Arturo <span>Ameghino</span>”;<span> Victoria Cohen; Asociación de Psicólogos de Buenos Aires;</span> Psicólogos y Psiquiatras de Buenos Aires (PPBA); Movimiento de Ocupantes e Inquilinos y Programa de Integración Comunitaria de personas con padecimientos mentales; Foro de Jubilados y Pensionados por la Seguridad Social;<span> </span>FORUM ADD;<span> </span>Beatriz <span>Janin</span>; Roxana Amendolaro; Red por los Derechos de las Personas con Discapacidad; R<span>evista <span>Topia</span>; </span>Red<span> </span>Internacional de Buenas Prácticas en Salud Mental y Salud de Base- Filial Argentina; Red Nacional de familiares, Usuarios y Voluntarios; <span> </span><span>Itzhak</span> <span>Levav</span>; </span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="IT"><span> </span>Franco Rotelli,<span> </span>Mario Reali,<span> </span>Giuseppe Dell’Acqua,<span> </span>Roberto Mezzina, Trieste- Italia; Diana Mauri-Università<span> </span>di Milano Bicocca; </span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="IT"><span> </span></span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="IT">Thomas Emmenegger, Direzione Servizi Psicosociali, Lugano, Organizzazione Socio Psichiatrica del Canton Ticino, Suiza. </span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="PT-BR">Isabel <span>Marazina</span>, (Laboratório de Saúde Mental Comunitária<span>.,</span> Univ. <span>SaoPaulo</span>; </span></span><span style="font-family:Arial;font-size:78%;"><span style="font-size: 9pt; font-family: Arial;" lang="IT">Sandra Fagundez (Univ.Rio Grande do Sul), Brasil. Continúan las firmas.</span></span></p> </div></div></div></div><br /><br /><br />--<br />A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido. Não na vitória propriamente dita. (Mahatma Gandhi)Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-3696126406236833662009-11-29T18:42:00.002-02:002009-11-29T18:47:29.148-02:00<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_vspe4mWHquWxjARpY-jW7aDDkoto8m13eyma_5igwflmQoA8ARD9vcoN02WK7nB5xmnpthYS4bk2LqQCXDBGIeLRB2EwfSVjkJnKkng-UbtwxqFNwhCzBH0X54pA4lbwlJe1yU9ZKm0/s1600/convite.jpg"><img style="margin: 0pt 0pt 10px 10px; float: right; cursor: pointer; width: 320px; height: 214px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh_vspe4mWHquWxjARpY-jW7aDDkoto8m13eyma_5igwflmQoA8ARD9vcoN02WK7nB5xmnpthYS4bk2LqQCXDBGIeLRB2EwfSVjkJnKkng-UbtwxqFNwhCzBH0X54pA4lbwlJe1yU9ZKm0/s320/convite.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5409629795808375826" border="0" /></a><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">Espaço de trocas, lutas e afins, o Chá na Concha encerra a primavera com desejo de fechar um ciclo pra recomeçar: com outras formas, em outros espaços (temos o infinito....<wbr>)</span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">O coletivo De Lírios<span> </span>anuncia um fim que sugere um novo começo.</span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"><span><span> </span>Será o último n.° do fanzine De Lírios? Será o último Chá na Concha???</span></span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">Quem vier, viverá!!! </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">Muito sonho e sol ao som do mar e da música sentida e cantada por quem quiser tocar e escutar. </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">Poesias, cores e tintas para acordar e expor os artistas que somos. </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">Muita vida pra sorrir, muita história pra contar e trocar.</span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;"> </span> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-size:100%;">Compartilhar delírios, flores, canções, alimentos, sorrisos e o que mais você quiser trazer.</span> </p><p class="ecxMsoNormal"> </p><p class="ecxMsoNormal"><span style="font-family:Bookman Old Style;font-size:100%;">Esperamos por você!</span> </p><div> </div> <div><a href="http://de-lirio.blogspot.com/" rel="nofollow" target="_blank">http://de-lirio.<wbr>blogspot.<wbr>com</a></div> <div> </div> <div><a rel="nofollow" target="_blank">delirios_saudementa<wbr>l@yahoo.com.<wbr>br</a></div> <div> </div>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-28799300784270809012009-11-06T13:48:00.001-02:002009-11-06T13:48:37.111-02:00<span style="font-size: 12pt; color: rgb(51, 0, 0); font-family: verdana,helvetica,sans-serif;font-family:verdana, helvetica, sans-serif;font-size:100%;color:#330000;" > <div><span style="font-size: 12pt; color: rgb(51, 0, 0); font-family: verdana,helvetica,sans-serif;font-family:verdana, helvetica, sans-serif;font-size:100%;color:#330000;" ><span style="color: rgb(0, 0, 153); font-family: bookman old style,new york,times,serif;font-size:180%;" ><span style="font-weight: bold;">Resposta de um fisioterapeuta ao ATO MÉDICO!</span></span></span><span style="color: rgb(0, 0, 153); font-family: bookman old style,new york,times,serif;font-size:180%;" ><span style="font-weight: bold;"></span><br /><br />"Caros senhores favoráveis ao Ato Médico,<br />Se o grande problema é "prescrever" , por favor, preciso que me prescrevam um tratamento fisioterapêutico para um paciente de 45 anos com uma tendinopatia crônica do tendão do músculo supra-espinhoso, apresentando calcificação no tendão. Ele apresenta história ocupacional de trabalho com elevação dos >membros superiores acima do nível da cabeça (é vendedor de loja de roupas).<br /><br />Como é ex-jogador de voleibol, desenvolveu lesão do nervo supra-escapular, >que culminou numa atrofia do músculo infra-espinhoso. Devido a distúrbios hormonais, desenvolveu osteoporose. Na avaliação, apresentou restrição da mobilidade da cápsula posterior do ombro, fraqueza dos músculos rotadores internos do úmero (grau 3), além de fraqueza de serrátil anterior e trapézio<br />fibras inferiores (graus 4 para os dois músculos). A articulação esterno-clavicular também tem sua mobilidade diminuída.<br /><br />O que devo fazer, Dr.? Como posso fazer para restaurar a mobilidade da articulação? O que é mais indicado: mobilização articular ou alongamento? No caso de ser mobilização, que grau devo utilizar? No caso de ser alongamento, é preferível o alongamento ser estático ou balístico? Ou seria melhor utilizar de contração-relaxamento ? Qual o tempo adequado de manutenção do<br />alongamento? Ou será que é tudo contra-inidcado, devido à osteoporose?<br /><br />Com relação ao fortalecimento dos rotadores internos do úmero, qual exercício seria mais indicado para fortalecer o músculo sub-escapular, importante na estabilização dinâmica da articulação gleno-umeral? Devo usar thera-band, halteres, resistência manual ou simplesmente realizar exercícios ativos livres?<br />Com relação ao serrátil anterior qual exercício seria mais indicado?<br />Push-ups? Protração resistida? Exercícios ativos apenas, simulando atividades funcionais e procurando evitar movimentos escapulares anormais?<br />Tudo isso? Nada disso? E se ele utilizar de compensações para a realização dos exercícios, como devo proceder?<br /><br />Com relação ao trapézio inferior, é melhor fazer o exercício contra ou a favor da gravidade? Devo ou não utilizar de movimentos ativo-assistidos?<br />Qual o melhor exercício? Existe tal exercício?<br />No caso da restrição da articulação esterno-clavicular, é necessário corrigir essa alteração de mobilidade? Se for, é possível corrigí-la? Como proceder. Tem contra-indicaçõ es ou precauções?<br /><br />Não podemos esquecer de tratar também o tecido lesado (tendão do supra-espinhoso) . Ele apresenta dor moderada ao elevar o membro superior D acima de 90 graus, que diminui a praticamente zero ao abaixar o braço. É necessára analgesia? Se for, que forma TENS? Qual a modulação (frequência, comprimento de onda, duração e intensidade) ? Ou será que crioterapia é melhor? Em qual forma de aplicação? Por quanto tempo? Ou será que nenhuma analgesia é necessária?<br />O que posso fazer para estimular o reparo do tendão? US q(uantos MHz? Quantos W/cm2? Por quanto tempo? Onde aplicar?), Laser (qual a intensidade? duração? tem contra-indicaçõ es?), exercícios (excêntricos, concêntricos, isométricos, resisitidos, livres? quantas séries e repetições? Qual o intervalo entre séries? Quantos RM? Devo fazer todos os dias ou não? É<br />contra-indicado exercício?).<br />Como posso fazer um exercício para supra-espinhoso?<br />Por favor, repassem essa mensagem com urgência para todos os médicos com competência para me ajudar, pois estou com o paciente afastado do trabalho por invalidez e continuo aguardando a "prescrição médica da fisioterapia" , já que sem a "prescrição médica", segundo o ato médico, não posso fazer nada $e nós todos os brasileiros, inclusive os médicos estamos pagando para ele não trabalhar. Não deixemos esse afastametno virar aposentadoria!<br />Concluindo: Sim ao ato médico, desde que os médicos estudem na faculdade todo o conteúdo que outras 13 profissões da área de saúde têm em seu currículo.<br /><br />Marco Tulio Saldanha dos Anjos<br />Fisioterapeuta<br />CREFITO-4 51246-F</span></div></span>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-29126754269629998022009-10-04T19:07:00.002-03:002009-10-04T19:11:25.233-03:00Sentirei muitas saudades de sua força, sua voz...<br />nunca esquecerei sua mensagem...<br />Hoje, 04 de outubro, La Negra morreu...<br />Mercedes Sosa agora está ao lado dos seus companheiros de luta por uma sociedade mais justa!<br />Manda um abraço para Victor Jara, John Lennon, Woody, Janis e tantos outros....Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-22698523396030747582009-09-26T15:21:00.000-03:002009-09-26T15:58:47.523-03:00A Ilha da Fantasia virou bizarria!!!Houve numa época distante, há muitos e muitos anos, num reino hoje também distante, a idéia de que viver na praia, local bonito e de gente despojada era o máximo. Seus habitantes até agora tem a idéia de que são melhores e mais felizes do que os moradores do resto do mundo...<br />Nesse reino há um belo e extenso jardim, alardeado como recebedor de prêmios por ser tão lindo e majestoso. Pessoas não devem tomar sol em seus gramados e crianças não podem dar cambalhotas no seu perímetro... ele é tão lindo na sua redoma quanto esta ilha!<br />`As vezes, alguns desavisados saem dos limites da ilha e vasculham o mundo. Normalmente se surpreendem pela beleza do céu azul e alto que domina nas outras paragens. Os jardins longe da ilha são infestados de mesas para picnics e lugares para deitar. As crianças correm e brincam sem parar em gramados não premiados.<br />Mas o assunto não era o jardim.<br />Em uma visita feita à ilha, um de seus filhos pródigos pensou em passar um dia relaxante à beira-mar. Acordou cedo e quis ir caminhar na praia, pois nos aposentos onde se encontrava não poderia fumar seu velho cachimbo paiacã (Mesmo estando sozinho e fechado, o bicho da alma e rosto feios não permite esse tipo de coisa).<br />Se preparou e ao sair na rua se deparou com o grande feitor, ex-prefeito e agora ex-bigodudo, dono da cidade, e de fazendas, e de empresas e sabe-se lá mais do que, sorrindo e acenando para todos. Os habitantes da ilha adoram suas autoridades e se sentem muito importantes quando recebem um aceno assim. Para o visitante, nesse momento forasteiro, um frio na espinha foi a sensação mais clara. " -Ai! Será que o Sr. Bigode vai sorrir para mim? Demorei dois anos para sarar da azia que seu último sorriso me causou....".<br />Sentou-se na beira do mar e acendeu seu cachimbo, mas não deu nem a primeira baforada, pois na ilha, apesar do mar, sempre chove. A maioria dos seus dias são cinzentos. Desistiu! Foi buscar o carro e tentar fumar seu cachimbo passeando pela orla (tão majestosa quanto o jardim)!<br />Trânsito, tráfego intenso... na ilha todos têm carro, apesar de plana e pequena, ninguém gosta de andar...<br /><div style="text-align: justify;">Foram cachimbadas amargas... Não reabasteceu o tambor do cachimbo. Foi embora deixando prá trás jardim, praia, tucanos e bigodes!!!<span style="color: rgb(255, 204, 0);"><span style="font-family:arial;"></span></span><br /></div>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-7152830760572100762009-08-28T16:38:00.000-03:002009-08-28T16:40:03.832-03:00Que medo do Serra!<meta equiv="Content-Type" content="text/html; charset=utf-8"><meta name="ProgId" content="Word.Document"><meta name="Generator" content="Microsoft Word 12"><meta name="Originator" content="Microsoft Word 12"><link rel="File-List" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CANACAR%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_filelist.xml"><link rel="themeData" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CANACAR%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_themedata.thmx"><link rel="colorSchemeMapping" href="file:///C:%5CDOCUME%7E1%5CANACAR%7E1%5CCONFIG%7E1%5CTemp%5Cmsohtmlclip1%5C01%5Cclip_colorschememapping.xml"><!--[if 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Em 1986 foi inaugurado o primeiro serviço substitutivo ao manicômio do Brasil: o Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha Cerqueira, conhecido como “Caps Itapeva”, no município de São Paulo e o MTSM é renomeado de Movimento Por Uma Sociedade Sem Manicômios.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Em 1988 foi promulgada a nova constituição e então criado o novo sistema de saúde brasileiro – o Sistema Único de Saúde – o SUS, regulamentado através das Leis Nº. 8080 de 19/09/1990 e Nº. 8142 de 28/12/1990.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">A Reforma Psiquiátrica Brasileira baseia-se no modelo italiano de “Desinstitucionalização”, onde o foco não é mais a “cura” do paciente e sim possibilitar a sua reprodução social. Um exemplo foi o fechamento da Casa de Saúde Anchieta, em 1989, no município de Santos – SP, conhecida na época como “A Casa dos Horrores”. Que depois de 08 anos de um trabalho na área, exemplo internacional, começou a ser sucateado pelo poder municipal. Hoje o município tem um serviço de saúde mental que se mantém “male e male”, apenas pela garra dos seus poucos servidores, que não desistem dos ideais do SUS.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Voltando à história: a transformação na regência da Saúde, com novas diretrizes e fundamentos, proporcionou a estruturação de uma nova ideologia para a Saúde Mental. Nesta nova ideologia os parâmetros recomendados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), contidos na Declaração de Caracas, redireciona o atendimento, substituindo a política do isolamento e do abandono advindos do modelo hospitalocêntrico (internações em manicômios ou clínicas), pela criação de novos dispositivos baseados na teoria de reabilitação psicossocial.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Com essa mudança e a partir da Lei da Reforma Psiquiátrica, Lei Nº 10.216 de 06/04/2001, foram criados os dispositivos que substituíram a prática asilar.</span><span style="line-height: 150%;font-size:9pt;color:black;" ><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Essa nova rede vem sendo estruturada desde então, através da criação de novos serviços em saúde mental, sempre visando à atenção comunitária, pública, de base territorial, com a humanização no contexto dos leitos hospitalares, valorizando ações que ampliem a autonomia do seu usuário, melhorem as condições concretas da vida e propiciem sua inserção social, com o uso de ferramentas como a escuta, o projeto terapêutico individual e o acompanhamento familiar no território de conhecimento do indivíduo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Dentro da nova legislação, o acompanhamento deve ser feito nos Caps – Centros de Atenção Psicossocial, Residências Terapêuticas, Ambulatórios, Unidades Básicas de Saúde e nos Centros de Convivência. As internações, quando necessárias, são de curta duração e feitas em hospital gerais ou nos próprios Caps 24 horas, classificados como Caps III pelo Sistema Único de Saúde. Os leitos em hospitais psiquiátricos devem ser progressivamente substituídos por essa rede até a sua extinção.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">O movimento continua construindo o novo modelo de atenção em saúde mental, apesar das dificuldades de lutar contra o poder médico, hospitalar e farmacêutico, que articulam politicamente para o financiamento da saúde privada e o sucateamento do serviço público.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">A grande novidade é o AME do Serra...<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">... promete pílulas mágicas contra a loucura e no caso de um não funcionamento satisfatório, leitos em hospitais. Com isso, a idéia da reabilitação psicossocial, autonomia, a construção da convivência social com a diversidade, a valorização da relação humana e apoio familiar, desaparecem.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">É realmente muito difícil estar numa sociedade fascista como a paulista, que promove ideais de preconceito tão descaradamente, dizimando todos que lutam por uma sociedade democrática, livre de preconceitos e que respeite o ser humano.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Faço aqui minha denúncia e demonstro minha indignação!<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: justify; text-indent: 3cm; line-height: 150%;"><span style="color:black;">Sem mais delongas e com um enorme desejo que abram a temporada de caçada aos “tucanos”,<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="text-align: right; text-indent: 3cm; line-height: 150%;" align="right"><span style="color:black;">Ana Carolina Agapito – Defensora do SUS e Terapeuta ocupacional. </span></p> <p class="MsoNormal"><span style=";font-family:";font-size:11pt;" ><o:p> </o:p></span></p> Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6109201495592561353.post-6151981130259301432009-07-06T10:06:00.000-03:002009-07-06T13:09:03.196-03:00A Cura da Loucura ou A Loucura da Cura - Daniel Augusto Fernandes<a href="mailto:daftm1@gmail.com">daftm1@gmail.com</a><br /><br /><div align="right"><span style="font-family:arial;"><strong>“A única diferença entre um louco e eu,é que eu não sou louco.”Salvador Dali</strong><br /></span><span style="font-family:arial;"></span></div><div align="justify"><span style="color: rgb(0, 102, 0);font-family:georgia;font-size:130%;" ><strong>Nos últimos dez anos, o problema da instituição psiquiátrica tem sido discutido por diversos setores da sociedade brasileira. Tendo se iniciado com um posicionamento dos trabalhadores de saúde mental, em 1987 nasce o Movimento Nacional da Luta Antimanicomial, se posicionando no sentido de negar o manicômio como forma de tratamento e de propor novas alternativas terapêuticas ao indivíduo portador de transtornos psíquicos. A partir de então, tem participado de iniciativas políticas de elaboração e discussão de Projetos Legislativos e, em âmbito executivo, de ações governamentais em tentativas de se criar políticas de saúde mental que prestem ao portador de transtornos psíquicos o respeito e cidadania que merecem. Além disso, temos recebido a publicação de livros discutindo aspectos jurídicos e técnicos da loucura recolocando questões como a da imputabilidade e das internações involuntárias em manicômios judiciários,<br />“uma instituição dividida entre a saúde e a justiça, entre o tratamento e a penitência – dicotomia radical responsável por discussões que ultrapassam as questões acerca dos direitos e deveres do Estado ou de cada sujeito. São questões que envolvem a vontade, o desejo, as possibilidades e os limites do sujeito.” (Battaglia, 1999, p. 18)<br />Por outro lado, percebemos que a população em geral ainda não conhece os termos tão bem discutidos a nível técnico. Ainda é difícil para pessoas que não vivem com a loucura dentro do círculo familiar aceitar idéias como a do fim do manicômio. A instituição da sociedade que poderia e deveria funcionar como meio de comunicação tem passado informações, no mínimo, equivocadas em relação ao tema. Se no início do movimento antimanicomial a imprensa teve um papel fundamental ao veicular histórias e imagens da barbárie que acontecia dentro dos muros do hospício, hoje tem contribuído para uma grande confusão de conceitos fora destes muros. Temos assistido paulatinamente a matérias que apresentam psicopatas como o ‘Maníaco do Parque’ e o ‘Estudante do Cinema’ como doentes mentais que apenas “fomentam a desinformação e reforçam preconceitos que atingem milhões de portadores das mais diversas doenças mentais de natureza não agressiva e anti-social” (Barros, 1999).<br />É na tentativa de ser uma contribuição a discussão antimanicomial e de, ao mesmo tempo, chamar a academia a assumir sua posição de formadora de opinião, que apresentamos esse trabalho. Pretendemos mostrar como a história do movimento esteve ligada e tem suas semelhanças com a história da psicanálise e a ajuda que a psicanálise presta a formação de significado da experiência do louco. Mas, antes disso, voltemos a quem é, na atualidade, base teórica para toda discussão acadêmica sobre loucura.<br />Michel Foucault (1926-1984), em seu História da Loucura na Idade Clássica (1972) nos mostra como a loucura substituiu a lepra como principal objeto de exclusão e supressão de elementos desta sociedade. Precisava-se de outro fenômeno que seria seu novo ‘bode expiatório’.<br />“Esse fenômeno é a loucura. Mas será necessário um longo momento de latência, quase dois séculos, para que esse novo espantalho, que sucede à lepra nos medos seculares, suscite como ela reações de divisão, de exclusão, de purificação que no entanto lhe são aparentadas de uma maneira bem evidente. Antes de a loucura ser dominada, por volta da metade do século XVII, antes que se ressuscitem, em seu favor, velhos ritos, ela tinha estado ligada obstinadamente, a todas as experiência maiores da Renascença.” (Foucault, 1972, p. 8)<br />Foucault, então, passa a descrever notoriamente um objeto do universo imaginário do homem renascentista, a Nau dos Loucos. Toda a realidade e simbolismo da Nau dos Loucos é apontada para o caráter desconfortante e sempre presente do louco na Renascença. Mas não é esse o enfoque que queremos dar ao simbolismo renascentista.<br />Foucault cita um quadro de Hieronymus Bosch</strong></span><span style="font-size:130%;"><a title="" style="" href="http://www.blogger.com/post-create.g?blogID=6109201495592561353#_ftn1" name="_ftnref1"><span style="color: rgb(0, 102, 0);font-family:georgia;" ><strong>[1]</strong></span></a></span><span style=";font-family:georgia;font-size:78%;" ><span style="font-size:85%;"><span style="color: rgb(0, 102, 0);font-size:100%;" ><strong><span style="font-size:130%;">[1] baseado nesta concepção da Nau dos Loucos e outro quadro chamado A Cura da Loucura (1475-1480). O subtítulo do segundo, Extração da Pedra da Loucura, faz referência a um<br />“recurso ‘terapêutico’ razoavelmente comum na Idade Média. Entretanto, Bosch pintou uma flor como o objeto que está sendo removido. A flor é uma tulipa que, nos Países Baixos é uma metáfora para ser louco. É comum para alguém em estado de loucura ser chamado de ‘cabeça de tulipa’.” (Web Gallery of Art, 1996)<br />Gostaríamos de usar essa imagem para ilustrar nossa discussão da loucura como não sendo uma doença e da tese que a busca pela ‘cura’ da loucura nos afasta de outro aspecto: que a loucura já contém em si a própria cura.<br />‘Formas de tratamento’ como a do quadro não foram específicas de seu tempo como sabemos por diversas descrições do interior dos manicômios. Hoje, não se tenta ‘tirar pedras da loucura’, mas pode-se dizer que ‘joga-se pedras’ na cabeça dos loucos com os tratamentos a base de neurolépticos (sedativos do Sistema Nervoso Central), eletrochoques (verdadeiros ‘curtos-circuitos’ cerebrais), insulinoterapia (deixa o paciente em coma) e ‘em último recurso’ a lobotomia, como se a morte, destino da maioria dos internos, não fosse o último recurso’. Já passamos por várias tentativas de se reformar a instituição psiquiátrica e continuamos a buscar as causas das tais doenças mentais. Tem-se usado o fato de medicamentos tornarem a vida dos ‘doentes’ mais tolerável como argumento de que existe uma causa orgânica para todos os males mentais e que é apenas uma questão de tempo para se chegar a tais causas. Mas, tais medicamentos apenas atuam sobre efeitos do efeito e na maioria dos casos apenas aliena mais ainda a personalidade do indivíduo quando não a nega totalmente, no caso da ‘terapêutica’ do manicômio.<br />Mas, nem sempre foi assim. No mundo antigo e ainda na Idade Média “o louco era alvo de certo temor, de um terror sagrado. [...] Até ao Século da Razão, a loucura encontrava-se mais ou menos associada à vida pública ou, em rompimento com esta, associada a uma ordem sagrada” (Bosseur, 1976 [1974], p. 26). Sabemos por Foucault, como já havíamos dito, que essa perspectiva se altera no séc. XVII quando são criadas as primeiras instituições asilares onde os párias da sociedade, incluindo-se ali os loucos, eram presos. Com a Revolução Francesa (e todo o seu contexto político), aparece Philippe Pinel e seu ‘tratamento moral sem correntes’, mas ainda cerrados dentro dos muros do manicômio.<br />Apenas no século XIX surge a psiquiatria.<br />“Kraepelin [1856-1926] vai apresentar [1893-1899] ... minuciosas descrições clínicas de jovens esquizofrênicos (o termo ‘esquizofrenia’, aliás, só será proposto mais tarde, por Bleuler, em 1911) [...]: perturbações da associação de idéias (dissociação, discordância), da afetividade (desestima, indiferença) e dos contatos com o mundo exterior (recusa de contato, autismo). [...] A psiquiatria clássica ainda se refere a essas noções.” (Bosseur, 1976 [1974], p. 27)<br />Com o surgimento da psicanálise, muito do que era considerado ininteligível ou simplesmente ignorado pela ciência médica da época foi levado a sério por Freud. Ele tentava compreender o significado dos sintomas histéricos, de fobias e neuroses. “Uma série de fenômenos de nossa vida psíquica adquiria sentido: os atos falhos, os esquecimentos, os sonhos. O inconsciente impunha-se como um outro componente do nosso psiquismo – tal como a dinâmica libidinal” (Bosseur, 1976 [1974], p. 94).<br />É aqui que podemos apontar para algumas semelhanças da história da psicanálise com as origens do Movimento Antimanicomial. Este movimento está intimamente ligado com o trabalho de Franco Basaglia na Itália e este se identifica com todo um ‘discurso antiinstitucional, antipsiquiátrico (isto é, antiespecialístico)’ (Basaglia, 1985 [1968], p. 9), mas vai além desse como o próprio Basaglia alerta em seu A instituição negada. Mas a importância do movimento antipsiquiátrico é sempre citada por todos que se aventuram pelos conceitos e terapêuticas da loucura. Em Introdução a Antipsiquiatria, Chantal Bosseur afirma ‘o método de Freud e o dos antipsiquiatras têm numerosas analogias” (Bosseur, 1976 [1974], p. 94). O que Freud fez com os histéricos, os antipsiquiatras fizeram com os esquizofrênicos. O meio médico não suportava, ou mais, não procurava compreender os histéricos. A família, a comunidade e o meio médico suportam tão mal os psicóticos, e quando o suportam, não o compreendem. Os antipsiquiatras passaram a levar a sério e procurar entender sua experiência (conceito fenomenológico fundamental para se entender o trabalho dos antipsiquiatras se contrapõe ao conceito de comportamento da psicologia experimental).<br />Segundo Bosseur, os principais representantes da antipsiquiatria inglesa, Ronald Laing, David Cooper e Esterson se submeterama psicanálise, mas não se tornaram psicanalistas (Bosseur, 1976 [1974], p. 49). Mesmo com todas as críticas que fazim direcionadas a psicanálise, principalmente quando ligada a psicopatologia, o método de Freud os influenciou profundamente. A teoria passa por um reexame, mas não é rejeitada, por outro lado, o processo de ‘cura’ analítica, pelo caracter dialético da transferência, será sempre usado por Laing. A articulação entre Freud e Laing é feita principalmente por Malanie Klein e sua escola. A compreensão das psicoses de adultos tornava-se possível graças às descobertas feitas a partir da psicanálise de crianças.<br />Freud evitou ao máximo entrar na teorização sobre as psicoses, mas quando Jung (1912) questionou a aplicabilidade da teoria da libido para explicar as doenças como a esquizofrenia ele se viu “obrigado a entrar nessa última discussão, da qual gostaria de ter sido poupado” (Freud, 1914, p. 96). Em seu artigo Sobre o Narcisismo: Uma Introdução, apresenta o conceito de narcisismo para explicar o afastamento por esquizofrênicos da realidade. Um narcisismo primário e normal que seria o complemento libidinal do egoísmo devido ao instinto de autopreservação. Freud afirmava que parecia que o parafrênico (termo preferido por ele aos esquizofrêncicos) retirava sua libido de outras pessoas e coisas do mundo externo, sem substituí-las por outras nas fantasias. Em conseqüência deste desvio de seu interesse do mundo externo, eles “se tornam inacessíveis à influência da psicanálise e não podem ser curados por nossos esforços” (Freud, 1914, p. 90). Entretanto, neste artigo tão importante para o desenvolvimento da teoria freudiana ele reconhece que este afastamento ainda precisaria ser melhor caracterizado. Uma década depois, Freud escreve dois artigos, Neurose e Psicose e A Perda da Realidade na Neurose e na Psicose, onde aprofunda na etiologia das psicoses e neuroses e na diferenciação entre as duas.<br />Como comentamos acima, os antipsiquiatras contestam esse caráter patogênico. Todas as grandes figuras deste movimento tinham um histórico de questionamento político e humano:<br />“Todos os contestadores eram, aliás, marcados por uma trajetória que ia da luta anticolonial ao transculturalismo, passando pelo engajamento militante. Gregory Bateson era antropólogo, David Cooper era psiquiatra e havia combatido o apartheid na África do Sul, Franco Basaglia era membro do Partido Comunista Italiano. Quanto a Ronald Laing, havia se tornado psicanalista depois de ter praticado a psiquiatria na Índia, no exército britânico.” (Roudinesco (org.), 1994, p. 12)<br />Foucault, por outro lado, era um teórico, um filósofo, nunca havia vivido entre os loucos, mas compartilhava com os antipsiquiatras da idéia que os loucos não sofrem de uma doença mas sim, de opressão de uma sociedade que não os compreende.<br />“Para esses rebeldes, a loucura não era absolutamente uma doença, mas uma história: a história de uma viagem, de uma passagem ou de uma situação, das quais a esquizofrenia era a forma mais aperfeiçoada, poque traduzia em uma resposta delirante o desconforto de uma alienação social ou familiar.” (Roudinesco (org.), 1994, p. 12)<br />Ao longo dos anos após sua publicação, o livro de Foucault foi alvo de inúmeras críticas. Psiquiatras, psicólogos e historiadores da psicopatologia não aceitavam a idéia de verem um de seus principais objetos de estudo ser descrito não como “um fato de natureza mas de cultura” (Roudinesco (org.), 1994, p. 15). Porém, várias destas discussões apresentaram argumentos importantes ao conceito de loucura. Filósofos e historiadores apresentaram argumentos interessantes quanto a visão de Freud na obra de Foucault. No livro Foucault: leituras da história da loucura são reunidos ensaios apresentados no IX Colóquio da Sociedade de História da Psiquiatria e da Psicanálise, que teve como tema a História da loucura, trinta anos depois. Nele podemos verificar uma parte da controvérsia em torno do Cogito de Descartes, centrada principalmente na figura de Jacques Derrida e a contribuição do próprio Derrida ao colóquio, desta vez, não mais sobre o Cogito mas sobre as visões de Freud e da psicanálise na obra de Foucault.<br />Um nível além da discussão sobre Foucault e em conjunto com os antipsiquiatras vem a possibilidade de cura da loucura. Quando se acredita que a loucura é um sintoma de uma alteração biológica inerente a pessoa, a cura é uma impossibilidade virtual. Concordamos que uma parte das pessoas com distúrbios psíquicos realmente sofem uma alteração do Sistema Nervoso, quando esta é presente ou latente desde o nascimento. Nestes casos poderíamos até mesmo falar de cura, quando lembramos o quanto o cérebro pode ser desenvolvido e modelado pela aprendizagem. Talvez, então, não seriam tão inacessíveis assim a psicanálise e a (re)-construção psíquica de si mesmos.<br />Mas, tão ou mais importante que as alterações biológicas são os casos nos quais a psicose é uma reação do indivíduo a uma realidade sufocante e alienante. Nos estudos apresentados pelos antipsiquiatras verifica-se que a chamada ‘doença mental’ poderia ser muito bem compreendida como uma reação a um ambiente que poderíamos dizer mais ‘doente’ que o ‘doente mental’. Podemos perceber aqui como esta reação é perfeitamente inteligível dentro do sistema e pode atuar como a ‘cura’ de um processo anterior que poderia ser considerado patogênico. Certamente neste tipo de estudo a contribuição da psicologia sistêmica seria muito apreciada para se estudar o desenvolvimento do indivíduo e do microcosmo familiar enquanto sistemas.<br />Esta tese não corrobora, muito antes pelo contrário, a tese que os ‘doentes mentais’ não tem responsabilidade por seus atos. Seguindo os preceitos de Thomas Szasz, os psicóticos que infrigem a lei o fazem tendo consciência de seus atos. É a motivaçãomoral e legal que os levou a cometer um crime que deve ser julgada pela sociedade.<br />Nesta mesma perspectiva, da loucura como cura, não podemos deixar de comentar a abordagem deste fenômeno feita pela psicologia transpessoal. Integrando conceitos da antropologia, da tanatologia, mitologia e religião comparada, sua prática diária envolve estados mentais incomuns que a psiquiatria tradicional diagnostica e trata como distúrbios mentais.<br />“Quando entendidas adequadamente e tratadas de maneira compeensiva, em vez de suprimidas pelas rotinas psiquiátricas padronizadas, essas experiências podem ter um efeito de cura e produzir efeitos benéficos nas pessoas que passam por elas. Esse potencial positivo é expresso pelo termo emergência espiritual, que é um jogo de palavras, sugerindo tanto uma crise [emergência no sentido de ‘urgência’], como uma oportunidade ascensão a um novo nível de consciência [emergência como ‘elevação’]”. (Grof & Grof, 1989, p. 11)<br />Ao que tudo indica, o tema loucura ainda será objeto de acaloradas discussões filosóficas, políticas e técnicas. A Universidade pode e deve contribuir para maior elucidação neste campo. Um esforço conjunto da área psiquiátrica, psicanalítica e psicológica é essencial para a compreensão deste fenômeno tão presente em nossa vida, que quanto mais energia gastamos para recalcá-lo maior é a força com a qual retorna.</span><br /></strong></span></span></span></div>Cocahttp://www.blogger.com/profile/04272137106338010494noreply@blogger.com1